Em 2 de fevereiro de 1965, o menino de seis anos que Valmir José Santhiago era viu o céu ficar vermelho sobre Itajaí. Ainda que muitos cidadãos gritassem que era o fim do mundo, e boa parte da cidade – ou pelo menos aqueles que tinham carros ou carroças – começassem a fugir em direção a Joinville, o que acontecia era um incêndio em um navio petrolífero que ficou marcado na história do município.
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Em 18 de fevereiro de 2014, Valmir relembrava este momento ao visitar a página Itajaí de Antigamente. Apaixonado por história, ele pensou em fazer algo parecido para Joinville, cidade que havia adotado como sua aos 16 anos, depois de ter passado a infância se dividindo entre Itajaí, Joinville e Santos.
– Me dei o luxo de sair caminhando e sentar na praça [Nereu Ramos]. Fiquei olhando o palacete Schlemm e decidi tirar uma foto dele. Foi a primeira foto postada no grupo Joinville de Ontem – relata Valmir.
Naquele dia, ele criou o grupo no Facebook, ainda sem imaginar a repercussão que esta atitude teria. Em três meses, a página ganhou 5 mil membros e recebe postagens diárias de seus integrantes. São fotos de paisagens e imóveis que podem datar do fim do século XIX aos anos 1990 – contanto que o cenário já esteja muito diferente do que era visto na imagem.
Além disso, fotos de pessoas, documentos, recortes de almanaques e jornais também fazem parte deste grande arquivo online criado pelos apaixonados nostálgicos participantes do Joinville de Ontem. O grupo ainda serve para monitorar casas antigas que estão abandonadas, mostrando registros atuais destes imóveis que, segundo os integrantes, devem ser preservados.
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– Cada foto é enriquecida pelos comentários dos outros membros. É como um artista que vai pintando um quadro, e a cada nova pincelada você vai entendendo melhor do que se trata. Hoje, o grupo conta com presenças ilustres como Jutta Hagemman, que é um poço de sabedoria, e Juarez Machado, com suas fotos antigas – avalia Valmir.
.::Confira a página especial Minha História, Meu Patrimônio::.
