Pela primeira vez, o grupo francês Rémi Panossian Trio se apresenta Florianópolis. Celebrado em festivais de jazz mundo afora, o trio faz um tipo de som descrito pela crítica internacional como contemporâneo e de vanguarda, graças à combinação muito particular de jazz com a energia bruta do rock, pop e um sem número de improvisos.
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O show na Capital será no dia 30 de novembro no Jazzin Late Night Bar, no Beiramar Shopping, e encerra a temporada 2019 do projeto Concertos AF, da Aliança Francesa Florianópolis. Além da Capital, a turnê do RP3 passa por São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas e Curitiba.
Formado por Rémi Panossian (piano), Maxime Delporte (contrabaixo) e Frédéric Petitprez (bateria), o RP3 apresentará na turnê brasileira músicas do quinto álbum, chamado In Old We Trust. Nesta entrevista, o pianista Rémi Panossian fala sobre influências, processos criativos e o circuito internacional de jazz.
Você pode nos contar um pouco sobre a formação do trio: o que os uniu em primeiro lugar?
Começamos o trio há 10 anos, já éramos amigos há muito tempo e costumávamos tocar em diferentes bandas juntos. Quando eu decidi montar o trio, naturalmente chamei meus amigos. Compartilhamos o mesmo espírito na música, temos muitas influências diferentes e queríamos fazer uma música sem fronteiras.
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A maneira como sua música é descrita é interessante: jazz híbrido com rock, pop, eletro. Qual ritmo veio primeiro e como vocês acham que o jazz é capaz de combinar tantos estilos diferentes?
Quando estamos compondo não há regras, apenas a música. Não importa de onde ela vem. Se sentimos um groove de Hip Hop, ou um rock para uma música, seguimos o instinto — mesmo que sejamos uma banda de "jazz". A chamada Jazz Músic inclui outros tipos de música há muito tempo. Estamos tocando música com improvisações.
Como é ser um trio de jazz hoje em dia? Qual é a faixa etária do seu público?
Temos muita sorte porque nos últimos 10 anos tivemos a chance de fazer muitos shows em muitos países diferentes. Nosso público, portanto, é diverso. Às vezes jovem, como na Coréia do Sul, onde a faixa etária é de 25 anos; e um pouco mais velho, como na Europa, por exemplo.
Quem / quais são suas principais influências? Desde 2009 até hoje, as referências seguem iguais? O que mudou em vocês como trio e na sua música?
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Naturalmente, temos muitas influências diferentes na música jazz, mas também em outros tipos de música. De Bill Evans a E.S.T. e The Roots, passando por Led Zeppelin, TV on The Radio, King Crimson e Abdullah Ibrahim. E eu gosto de pensar que fomos mudados por todas as nossas viagens e reuniões por todos esses anos. É uma mina de ouro. A cada ano vamos nos conhecendo e nos conectados mais.
Conheça o trio
Críticos musicais usam adjetivos como "vanguarda" ou "jazz contemporâneo" para falar sobre sua música. Como você entende o trabalho que faz?
Acho que é só porque estamos usando muitos tipos diferentes de música em nosso processo de composição sem limites. O único limite é ser sincero e real. Às vezes gostamos de imaginar as músicas como um cenário de filme com surpresas e reviravoltas.
O jazz tem um circuito muito particular de shows e festivais. Como vocês entraram nesse circuito e como as turnês ao redor do mundo influenciam seus trabalhos?
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No começo, contatamos muitas pessoas e construímos por nós mesmos as primeiras turnês internacionais. Em seguida, encontramos promotores e agentes que nos ajudam a seguir adiante. Todas essas turnês são uma fonte maravilhosa de inspiração. É um presente.
Vocês estão prestes a lançar novo álbum. Podem adiantar o conceito musical do próximo trabalho?
Em nosso último álbum tivemos muitos convidados, como quarteto de cordas, Hip Hop Singer… Para o novo trabalho, queríamos voltar às nossas raízes. Nós gravamos como um trio de maneira acústica na mesma sala. As músicas foram compostas a partir do retorno que recebemos nos últimos 10 anos. Estamos ansiosos para apresentar ao mundo.
E o que podemos esperar da sua turnê brasileira?
A maioria das músicas que vamos tocar já é do próximo álbum e estamos muito animados para compartilhar com o público do Brasil.
O Concertos AF – Rémi Panossian Trio é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio da ENGIE. Apoio da Air France e Spedidam. A coordenação é da Marte Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal.
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Agende-se
Concertos AF – Rémi Panossian Trio
Quando: sábado, 30/11, às 22h
Onde: Jazzinn Late Night Bar, no Beiramar Shopping (Rua Bocaiúva, 2.468, Centro, Florianópolis)
Quanto: R$ 40 / R$ 20 (meia)
Reservas: 48 9844-4406
Informações no site da Aliança Francesa de Florianópolis