A releitura de danças tradicionais, baseada em vivências e costumes dos colonizadores que chegaram ao Sul do país há mais de uma década, será apresentada nesta semana no país de origem, a Itália. Representante do Brasil no 4º Festival Internazionale Del Folklore `Sile Folk¿, o Grupo Folclórico Ítalo-Brasileiro Nova Veneza, do Sul do Estado, viaja quarta-feira para a Europa, levando o sonho de pelos menos 400 pessoas que já passaram pela companhia de dança, prestes a completar 25 anos em setembro.

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O grupo vai levar 10 coreografias premiadas no Festival de Dança de Joinville para os palcos, praças e pontos históricos de Treviso. Companhias da Alemanha, Espanha e Bielorússia também participam do encontro, que ocorre de 7 a 13 de julho.

– Quando fomos ver onde tinham festivais na Itália neste ano, optamos por Treviso, pois tem toda uma relação afetiva com Nova Veneza, herança da colonização. Nós dançamos tanto o folclore que se dança lá quanto a projeção folclórica, em cima de pesquisa e com a visão do colonizador – explica a presidente do grupo, Susan Bortoluzzi Brogni.

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A delegação viaja com 30 pessoas, entre elas 22 dançarinos, que irão até o Velho Continente mostrar as tradições dos imigrantes italianos e os traços que se mantêm até os dias de hoje, preservados por meio da dança.

– É uma expectativa pessoal, a gente está levando o nome de Nova Veneza, de Santa Catarina e do Brasil, então é uma responsabilidade grande. Dá um certo medo, principalmente quando formos subir ao palco, o público que vai nos assistir pode pensar `o que esse povo brasileiro está trazendo da Itália para nós?¿ – analisa

Ricardo Mazzorana Albuquerque, componente do grupo há 14 anos. Alguns dançarinos também vão aproveitar a viagem para pesquisar a história da própria origem, já que todos os componentes do grupo são de famílias de imigrantes italianos.

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– Eles não vão somente mostrar sua arte, vão também aprender mais sobre onde vieram, para que essa cultura se mantenha viva e nunca se perca – resume Susana.