Vencedor do prêmio de melhor grupo e indicado à revelação do 30º Festival de Dança de Joinville, o Grupo Folclórico Polonês de Erechim, no Rio Grande do Sul, fez da primeira participação no evento catarinense uma presença histórica. Os gaúchos competiram com nomes tradicionais das danças populares e tiraram o lugar no pódio que pertencia ao Grupo Folclórico Ítalo Brasileiro Nova Veneza.

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A fidelidade aos costumes e o capricho dos trajes – vindos, diga-se de passagem, direto da Polônia – conquistaram público e jurados na edição comemorativa do Festival.

– Nunca tínhamos nos inscrito na competição de Joinville, porque achávamos que o foco era mais a dança clássica. O incentivo veio de ex-integrantes que hoje moram na cidade – lembra Fernando Martini, integrante há dez anos e diretor de comunicação voluntário do grupo.

Para quem nem acreditava na aprovação da inscrição, o grupo folclórico veio realmente com força total para o palco joinvilense. A estreia no evento foi com a coreografia “Mazur Ze Strasznego Dworu” (“Mazur – A Ópera do Palácio Assustador”), do coreógrafo polonês Janusz Chojecki, o mesmo do Mazowsze – Ballet Nacional da Polônia, atração principal do Festival de 2005.

Chojecki é contratado a cada três anos pelo grupo desde a década de 1980. A última vez que passou por Erechim foi em 2008, deixando diversos trabalhos no repertório do conjunto. Além do primeiro lugar na categoria conjunto avançado de danças populares, eles levaram para casa R$ 18 mil pelo Prêmio de Melhor Grupo.

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Para este ano, os 16 bailarinos que representaram a dança da nobreza polonesa voltam a Joinville com uma coreografia regional do país europeu.

– Somos um grupo amador. Não vivemos disso. Deixamos nossos próprios compromissos de lado para se dedicar ao grupo – conta Fernando. Os bailarinos adultos chegam a ensaiar de oito a dez horas por semana.

A história do Grupo Folclórico Polonês de Erechim começa na década de 1960, com o objetivo de trazer uma visão geral da cultura polonesa aos seus descendentes de Erechim – entre dança, música e gastronomia. Hoje, são 90 integrantes – de quatro a 60 anos de idade – e nem todos tem o sangue polonês. Alguns são descendentes de italianos, alemães e israelenses.

O conjunto é independente e sobrevive dos cachês em apresentações dentro e fora do Brasil.

– A vitória em Joinville reascendeu o prestígio que tínhamos na nossa cidade. Acabamos recebendo muitos convites por causa dessa participação – afirma o diretor de comunicação.

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Outros prêmios são somados ao currículo do grupo. Em 1996, ele participou do Grand Prix no Festival Internacional de Grupos Folclóricos Polonês em Rzeszów, na Polônia.