Para quem duvida que depois dos 60 as pessoas entram na melhor idade, o Grupo Fios de Prata é uma prova indiscutível. Quando chega a quinta-feira, todas as 18 senhorinhas que compõem o trabalho cultural – nenhuma delas com menos de 63 anos – já sabem: é dia de ir para o primeiro dos três ensaios da semana.
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Em época de Marejada as atividades são ainda mais intensas, afinal, no dia da festa dedicado à terceira idade, que na edição 2012 ocorre nesta terça-feira no Centreventos, elas têm uma missão especial. Além de se divertir e animar o público, o Fios de Prata se encarrega de recepcionar os grupos de idosos de várias cidades de Santa Catarina.
Depois disso, já dentro do Parque da Marejada, o grupo faz aquilo que sabe de melhor. Sob olhar atento dos professores Luciano Pinheiro dos Santos e Deise Regina Guello, as senhoras com trajes típicos colocam em prática os tantos passos treinados e esbanjam talento, vitalidade e alegria nas danças portuguesas e de outras culturas ao redor do mundo.
– O nosso grupo é vida, dançar é viver. Se ficarmos dentro de casa esperando a morte chegar, ela acaba chegando mais rápido mesmo. No Fios de Prata a gente dança, se enfeita, se perfuma e se distrai nos ensaios e nas apresentações. É muito bom – diz dona Altair de Aragão, a Lila, que com 84 anos (“bem vividos”, segundo a senhora), é a mais idosa do grupo.
Além das quintas-feiras, os ensaios também são feitos nas sextas e sábados, no Centro Social da Rua Antônio Cirilo Dutra, Bairro São Vicente. O grupo começou as atividades há 12 anos, dançando apenas músicas portuguesas que até hoje são a maior referência musical.
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Com o passar do tempo, porém, outras culturas também passaram a fazer parte das coreografias, como os ritmos mexicanos. O Fios de Prata se apresenta regularmente na Marejada, e também divulga o trabalho por todo o país. Nas viagens mais recentes, as 18 mulheres foram para Treze Tílias e Guarapuava (PR).
No próximo domingo, depois de dançar às 11h45min de sábado na festa portuguesa e do pescado, o grupo vai para mais um evento, desta vez em Salete. Mesmo com um calendário tão movimentado, o que não falta é motivação entre as idosas com espírito de meninas.
– Quando a gente dança a felicidade é enorme. É um remédio, nem precisamos mais ir no médico. Esquecemos os problemas, fazemos amizades, viajamos, e precisa ver a disposição de todo mundo. Colocamos muita mocinha no chinelo – garante dona Ivonete Albrecht, de 64 anos, uma das “meninas” mais jovens do Fios de Prata.
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