Um ato contra a intolerância religiosa foi realizado na tarde deste domingo, no bairro Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Mais de 150 pessoas se reuniram nas mediações da estátua de Iemanjá que teve parte quebrada na quinta-feira (19). Uma mulher desferiu mais 20 golpes de marreta, danificando base, as mãos e alguns ornamentos da estátua.

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A estátua de Iemanjá foi colocada no local em 2013 pela Sociedade Ylê de Xangô, que mantém um centro de umbanda nas proximidades. A organização encabeçou a manifestação realizada neste domingo, que durou pouco mais de uma hora.

– Ninguém tem o direito de ferir a fé alheia. A liberdade religiosa está resguardada pela constituição, A pessoa que cometeu este ato, com certeza, está passando por um momento difícil. Porque para sair de casa para cometer este ato precisa encontrar Deus dentro dela mesma – disse Aporele Zaia, representante da Ylê de Xangô.

Na última quinta-feira, uma mulher – não identificada – desce do carro com uma marreta e tenta destruir a estátua de Iemanjá. Os golpes quebraram parte da imagem e foram registrados por um morador, em vídeo. Na sequência, a mulher caminha até um carro branco, ainda com a marreta em mãos, entra, manobra o veículo e vai embora; veja no vídeo a seguir.

O caso foi registrado na subdelegacia do Ribeirão da Ilha. A Polícia tenta identificar a suspeita e o automóvel também com a análise das imagens de câmeras de monitoramento do Sistema Bem-Te-Vi. O ato deve ser considerado como intolerância religiosa, crime pela legislação brasileira.

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O artigo 208 do Código Penal prevê sanções a quem “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. Nesse caso, a pena prevista é de detenção de um mês a um ano, ou multa. A liberdade de consciência religiosa e de crença é uma das garantias previstas também na Constituição Federal.

Não foi a primeira vez que a estátua de Iemanjá no Ribeirão da Ilha foi alvo de ataques de intolerância religiosa. Em novembro do ano passado, a mesma imagem foi pintada com tinta vermelha e danificada em algumas partes. Na ocasião, o Ylê de Xangô denunciou o caso à delegacia de Polícia Civil e promoveu um ato para recuperar a estátua. O novo ato de vandalismo fez com que a sociedade pedisse por segurança.

Grupo se reúne próximo de estátua depredada para pedir paz
Grupo se reúne próximo de estátua depredada para pedir paz (Foto: Tiago Ghizoni)

– Que este lugar e outros tenham iluminação, policiamento e maior cuidado. Merecemos não apenas como religião, mas como cidadãos. Pedimos mais paz, mais calma, respeito e atenção, A partir de agora vamos cobrar muito – falou a representante da Ylê de Xangô.

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