No dia 2 de junho, a associação beneficente Mutirão do Amor, de Joinville, completará 33 anos de trabalho voluntário em Joinville. Para comemorar, a associação promove nesta quinta-feira, às 15h30, o tradicional Café Beneficente na Sociedade Glória, com o objetivo de arrecadar fundos para o projeto.

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Pelo menos 60 enxovais são doados mensalmente, fruto do trabalho de 60 voluntárias. Os kits são doados para gestantes do Hospital Infantil e da Maternidade Darcy Vargas e enviados para igrejas e para a Secretaria de Assistência Social (SAS), que repassa para um dos seis centros de referência da assistência social (Cras) da cidade. Os kits contêm fraldas, casaco, sapatos, travesseiro, sabonete, toalha de banho, cueiro, edredom e babador.

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Therezinha Mazzaro Ramos, de 77 anos, é uma das “mutiretes“, como são chamadas as voluntárias do Mutirão do Amor pela presidente da associação, Mery Paul. Ao lado de Therezinha, Artidor Ramos, de 84 anos, também participa das atividades. Casados há 58 anos, eles têm três filhos, seis netos e seis bisnetos. O casal casal ficou famoso nos últimos meses e passou a receber ligações de todo o País. Juntos, eles tricotam de manhã, de tarde e de noite.

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– Não deixam mais trabalhar – brinca Therezinha, que é voluntária há dois anos, enquanto Artidor, há um.

Ela aprendeu a tricotar ainda pequena, com sua mãe. Ele aprendeu com Therezinha, há alguns anos.

– A gente fazia sem muito alarde, agora recebemos ligação de Brasília, Rio de Janeiro – conta Therezinha, referindo-se às entrevistas que deu para revistas e jornais recentemente.

A fama parece agradar mais aos netos do casal.

– Vocês estão famosos, quando crescer também quero ser – disse Therezinha, citando uma fala de seu neto de sete anos.

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Therezinha, natural de Passo Fundo-RS, e Artidor, de Getúlio Vargas-RS, só se conheceram em Francisco Beltrão, no Paraná, quando o pai de Therezinha, farmacêutico, deixou nas mãos de Artidor responsabilidade de cuidar de uma farmácia. Ele tem Alzheimer e Parkinson, mas, segundo Therezinha, o trabalho voluntário parece ter estabilizado a doença.

– Ajuda a passar o tempo, distrai – disse Artidor, o único homem do Mutirão.

– A gente foi criado sempre fazendo o bem. O que dá para fazer, a gente faz – disse Therezinha, que revelou que demora dois dias para terminar um casaco, enquanto o marido precisa de pelo menos dois dias a mais.

De poucas palavras, Artidor revela que já teve dois derrames e por isso fala pouco.

– Ela fala por mim – completa.

Quem leva o casal para o Mutirão todas as terças-feiras é a sobrinha Neuza Orlandi, de 68 anos. Ela também é voluntária e conta que já dispensou muitas ligações para entrevistas porque a tia não gosta muito.

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– Para mim, é gratificante, é uma mulherada bem ativa – disse Neuza, que revela ainda que a maior motivação para participar são seus tios.

O tradicional Café Beneficente contará com desfile de moda e sorteio de brindes. Os ingressos custam R$ 30. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3804-1675. O trabalho do Mutirão só é possível graças à contribuição mensal das voluntárias, além da doação de joinvilenses, entre empresários e amigos da associação, e o Café Beneficente. Nos últimos dias, uma geladeira foi doada por alguém que preferiu não ter seu nome revelado. O eletrodoméstico está sendo rifado para arrecadar dinheiro.

A presidente da associação conta que as pessoas podem ajudar doando retalhos, tecidos de algodão e lençol de malha. Segundo ela, às vezes cai um cheque do céu.

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– A casa é humilde, mas o coração é nobre – disse Mery, a presidente do Mutirão.

Gestantes de baixa renda precisam estar cadastradas no CadÚnico

Para receber os enxovais pela SAS, as gestantes têm de estar inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). Apenas famílias de baixa renda que ganhem até meio salário mínimo mensal por pessoa ou aquelas em que a renda total mensal é de até três salários mínimos podem se habilitar. O cadastro pode ser feito nos Cras e na sede da SAS, na avenida Coronel Procópio Gomes, no Bucarein.

O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8 às 14 horas, na sede, e das 8 às 18 horas nos Cras. Os interessados devem chegar às 7h30, para distribuição das senhas, portando documentos originais (CPF, RG, título de eleitor, carteira de trabalho, última folha de pagamento ou comprovante de aposentadoria, certidão de nascimento de menores de idade e comprovante de residência). O cadastro deve ser atualizado a cada dois anos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (47) 3802-3733.

Márcio Sell, gerente da unidade de proteção social básica da SAS, explica a importância da parceria.

– Acaba auxiliando, e muito, principalmente aquelas gestantes que acabam não tendo nenhum recurso. Para essas mães, em vulnerabilidade social, essa ajuda faz uma diferença muito grande – destaca Márcio, que conta que cada Cras atende mensalmente a cerca de 5 mil famílias.

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