Se o movimento de contracultura na década de 1960 era o hippie e, nos anos 1980, o punk, a evolução da internet permite à atual geração reconstruir ideais em torno das novas mídias.
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O apelo ecoa no meio eletrônico na busca por transparência na política e disseminação cultural. Uma mostra dessa tendência pode ser conferida neste sábado, 1º de junho, com a parada do Ônibus Hacker na Praça XV de Novembro, no Centro da Capital.
O coletivo é um laboratório móvel para experimentações e discussões sobre tecnologia, arte e política, com foco em questões urbanas. O ônibus levará ao Centro encenações, exibição de filmes, jogos e oficinas.
O projeto Ônibus Hacker surgiu em São Paulo, de onde saiu na última semana trazendo um grupo de 18 jovens com diferentes talentos. Um dos idealizadores, Pedro Markun explica o conceito.
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Para ele, “é uma proposta da busca e uso do conhecimento para transformar as coisas, os cenários, seja na cultura ou na política, com as ferramentas que se tem à disposição”. Por isso o evento contará com oficinas diversas, da confecção de instrumentos com material reciclado à prática de jogos que ironizam discursos políticos.
A iniciativa do ônibus hacker partiu da informática. Não no sentido pejorativo dos chamados crackers – conhecidos por invadir sistemas -, mas do talento de programadores habilidosos dedicados a experimentar e modificar sistemas para encontrar soluções. Com isso, Pedro e seus colegas buscam questionar a política.
O jovem conta que já copiou o blog da Presidência da República – planalto.blog.br – porque o original não possibilitava a interação, um dos princípios que ele considera fundamentais na internet. Pedro criou uma versão alternativa que permitia comentários. A resposta foram mensagens criticando o conteúdo da página oficial.
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– O ônibus surgiu do projeto Transparência Hacker, em que discutíamos como usar tecnologia para transformar a política – diz.
Filho do jornalista Paulo Markun e da cantora e bailarina Tatiana Cobbett, Pedro escolheu o engajamento e o que chama de “cultura hacker” como filosofia de vida.
O projeto
::O Ônibus Hacker é a base móvel das atividades, que conta com um aparato de jogos, tecidos, máquina de costura, impressora 3D, equipamentos de imagem e som e vem com 18 integrantes.
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::Sem uma ordem, os participantes desenvolvem seus projetos, e surgem oficinas e discussões.
::O projeto começou em junho de 2011, quando o grupo Transparência Hacker o lançou em uma plataforma de financiamento coletivo. Em dois meses, 500 pessoas doaram R$ 60 mil para a compra do ônibus, que começou a rodar pra valer em 2012. Desde então, 21 “invasões hacker” foram realizadas por mais de 130 pessoas de redes e áreas diversas, para um público estimado em 10 mil pessoas.
Atrações
::Haverá shows, peças, filmes, jogos e oficinas no local
Onde
::A intervenção será na Praça XV de Novembro, no Centro de Florianópolis
Quando
::Das 10h às 22h de sábado, 1º de junho