Um grupo de aproximadamente 50 indígenas que estava refugiado no ginásio municipal de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, será abrigado em uma terra indígena em Curitiba (PR). Um ônibus fornecido pela prefeitura saiu da cidade catarinense no fim desta quarta-feira (26) a pedido das próprias famílias, que também se direcionaram ao estado paranaense com carros próprios.

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Os indígenas deixaram a Aldeia Kondá há 10 dias após um conflito político incendiar casas e deixar um morto e feridos. Outras cerca de 200 pessoas seguem no ginásio e possuem o prazo de sete dias, conforme a prefeitura, a partir desta quarta, para retornar às suas casas ou, então, se direcionarem à outras terras.

O que se sabe e o que falta saber sobre o conflito em aldeia indígena de SC com morte e feridos

Segundo a Funai, 24 dessas famílias estariam diretamente envolvidas no conflito — são líderes do movimento contrário ao do cacique. O grupo pode escolher se direcionar para outras terras indígenas ou voltar para a aldeia, assim como todas as outras famílias.

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Na última quinta-feira (20), o MPF havia recomendado a volta da comunidade dentro do prazo de 72 horas a partir do sétimo dia de luto (que encerrou nesta quarta), visando “garantir a segurança alimentar, física e cultural” dentro da aldeia. A Funai não se pronunciou sobre a data limite, mas afirmou que espera que até a próxima segunda-feira todas as famílias deixem o ginásio.

Qual o motivo do conflito

Segundo a Funai, o conflito político tem relação com uma disputa de poder que dura mais de 30 dias. Coordenador regional do órgão, Adroaldo Antônio Fidelid disse que o caso envolve opositores do atual cacique.

Indígenas refugiados possuem data para voltar à Aldeia Kondá em SC, diz Funai

Efésio Siqueira é o atual cacique e, ao g1 SC, ele afirmou que a oposição não reconhece o resultado das eleições do ano passado.

— O que está acontecendo mesmo é que eles querem tomar o poder, que tenho dois anos ainda para cumprir. Daqui a dois anos, vai ter uma eleição de novo. É isso que eu quero que cumpra. E que a Justiça olhe para esses lados. O mais breve possível que os autores desse crime sejam… que a justiça seja feita para essas pessoas — declarou.

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*Com colaboração de Gabriel Guimarães.

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