Dois moradores de Florianópolis e um de São José acusam policiais militares da região de Imbituba e Laguna, Sul do Estado, de tortura durante uma abordagem na BR-101. Eles afirmam que foram espancados para confessar um suposto assalto, na última quarta-feira à noite (dia 19).
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O vendedor Matheus Jaison da Luz, 33 anos, o garçom Ederson Junior dos Santos, 35, e Daniel Franciscon, 27, fizeram boletim de ocorrência contra PMs na delegacia de Imbituba.
Os três contam que saíram de Florianópolis em um Fiat Uno com destino a Porto Alegre. Por volta das 22h, relatam eles, foram abordados por várias viaturas da PM na rodovia.
– Depois disso mandaram a gente deitar no chão e começaram a bater. Levamos socos, chutes, choque e golpes com cassetete – lamenta Matheus.
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O grupo afirma que foi levado para um lugar isolado perto da BR e ficou ali por cerca de duas horas sofrendo tortura e ameaças dos PMs para que confessarem um roubo a uma farmácia em Imbituba. Eles afirmam também que tiveram roubados R$ 800 em dinheiro, um perfume e um pen-drive.
Levados para a delegacia de polícia de Imbituba pelos PMs, os três foram liberados após não terem sido reconhecidos pela vítima do assalto.
De acordo com o delegado Raphael Johann Giordani, da delegacia de Imbituba, além da falta de reconhecimento pela vítima, havia outras informações que apontavam que eles não eram os autores do roubo e por isso houve a liberação.
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O advogado Clóvis Barcellos Júnior, contratado pelos três, afirmou que houve tortura e que irá levar o caso à corregedoria da PM e ao Ministério Público em busca de abertura de inquérito policial militar.
O que disse a Polícia Militar:
Procurada pelo DC, a PM disse por meio de sua assessoria de comunicação, em Florianópolis, que abrirá uma sindicância para apurar a denúncia.
Conforme o major Alessandro Marques, os três foram abordados por uma equipe da PM de Laguna que prestou apoio a pedido da PM em Imbituba e levados para a delegacia também por causa de um projétil de pistola encontrado no veículo.
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O major observou que seria interessante que os três procurassem a PM para formalizar a denúncia.
– A Polícia Militar tem o maior interesse apurar toda a denúncia que envolva qualquer um de nossos policiais – comentou o major.