Os comandos das polícias Civil e Militar em Santa Catarina afinaram o discurso após uma reunião com o secretário da Segurança Pública, César Grubba, na tarde desta segunda-feira, em Florianópolis.

Continua depois da publicidade

Grubba convocou a cúpula para uma conversa em razão de nova divergência entre policiais civis e militares, desta vez em Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, no fim de semana, onde houve explosão de caixas eletrônicos por uma quadrilha especializada.

A reunião foi no gabinete de Grubba, em Florianópolis, com o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, e o comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro.

Motivo: tentar saber por que policiais civis da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), de Florianópolis, e policiais militares da região de Blumenau não conseguiram evitar o ataque que aconteceu ao Banco de Brasil de Rio dos Cedros, na madrugada de sábado.

Continua depois da publicidade

Os policiais estavam na cidade, se falaram antes da investida ao banco, mas não atuaram em conjunto. Indignado, o comandante do 10º Batalhão da PM, tenente-coronel Cláudio Roberto Koglin, disse que a Deic pediu que os PMs se afastassem da área central, onde fica a agência atacada, pois os agentes civis fariam uma operação para prender os bandidos.

Essa versão foi negada no domingo pelo diretor da Deic, delegado Laurito Akira Sato, que participou da ação policial na cidade. Os ladrões, além de conseguirem estourar os caixas eletrônicos, escaparam do forte cerco policial que havia na região.

O secretário disse, por meio da assessoria de imprensa, que ouviu as versões e, ao final, traçou novas parcerias para conter a onda de ataques a bancos com explosivos que vem sendo registrada no Estado desde o ano passado.

Continua depois da publicidade

O DC apurou que o principal receio é de que o desentendimento tenha gerado vazamento de informações e prejudicado futuras operações.

No começo da noite, ouvidos por telefone pelo DC, Aldo e Nazareno estavam com o discurso em sintonia, de que é necessário integração e união de esforços contra os criminosos. Na avaliação deles, não houve irregularidades pelos policiais, e sim falta de diálogo.

– Foi uma reunião para atuarmos de forma integrada, melhorar essa situação e evitar desinformação. Temos que trabalhar juntos porque queremos prender essas quadrilhas – sintetizou o coronel Nazareno.

Continua depois da publicidade

O delegado Aldo disse que a Deic não avisou à PM que faria a operação naquela região por causa da “dinâmica do desdobramento da investigação”. Ele afirmou que não tinha a informação de que a Deic pediu para que os PMs se afastassem do banco e considerou como uma “infelicidade” o fato de os assaltantes não terem sido presos.

– O propósito da delegacia-geral é manter intacta a parceria entre as instituições, independentemente de declarações ou comentários – afirmou, referindo-se às declarações do tenente-coronel Koglin.