As mortes por gripe em Santa Catarina registraram um aumento proporcional de 24% em 2019 em relação ao ano passado. O crescimento foi calculado com base nos dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) que apontam o somatório de 46 mortes por influenza no Estado até o dia 23 de agosto deste ano.
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Nota-se também uma mudança no tipo de vírus com circulação predominante nestes últimos dois anos, com um crescimento nas ocorrências causadas por Gripe A H1N1, com 38 óbitos nos últimos oito meses. Enquanto isso ao longo de 2018 o valor foi de 35, uma elevação de 8,5%.
A responsável pela vigilância da influenza da Dive/SC, Simone Bittencourt, afirma que a situação no Estado até o momento está dentro da normalidade e que esse aumento pode ser atribuído a dois fatores.
— A vacinação contra a gripe ficou abaixo de 95% que era o estabelecido pelo Ministério da Saúde em SC chegou apenas 87% e junto disso temos neste inverno uma característica complicada, com picos de calor e frio, o que abala a imunidade da população as deixando mais suscetíveis a doenças e pode inclusive contribuir para que tenhamos ocorrências até setembro — comenta Simone
Histórico de mortes por influenza nos últimos sete anos:

Por outro lado há uma redução de 85% nos registros de morte por Gripe A H3N2. No ano passado 20 dos 58 falecimentos contabilizados foram por este motivo, já em 2019 temos três confirmados até o momento. Neste período a Influenza B permaneceu com apenas três casos, sendo apenas um neste ano.
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Os casos da doença também apontam redução, caindo 12,8% entre janeiro e agosto. Na análise mês a mês, nota-se que apenas nos meses de abril e maio houveram mais casos em 2019 do que em 2018.
Balanço mensal da gripe nos últimos sete anos:

Ao comparar as ocorrências nos últimos oito anos percebe-se que houveram dois picos, em 2016 com 758 casos e 114 mortes e em 2012 onde houveram 750 ocorrências e 75 falecimentos, nestes dois anos a prevalência foi do subtipo H1N1.
— O H1n1 é mais agressivo pela composição genética do vírus e ataca todas as faixas etárias, enquanto o H3n2 nota-se mais em idosos e crianças. Entretanto, ele é muito incerto, apesar de o monitorarmos desde desde 2008 ainda é difícil prever um padrão de comportamento. — afirma Bittencourt
Ela explica ainda que os parâmetros de comportamento da Gripe A são atualizados anualmente, baseados na circulação dele na estação anterior no hemisfério norte. As informações também são a base empregada pela OMS para indicar a composição da vacina e leva em conta a prevalência de cada subtipo de influenza e suas duas linhagens respectivas.
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Transmissão
A gripe pode ser transmitida de duas formas: direta, por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar; ou indireta, pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas, podem carregar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos.
Simone ressalta que é justamente por causa da gravidade da doença que as pessoas precisam ficar atentas aos sinais e sintomas da gripe que são: febre alta, dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza, tosse seca e dores no corpo.
— A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. A recomendação é que ao apresentar esses sinais/sintomas a pessoa busque atendimento numa unidade de saúde imediatamente — alerta Bittencourt
Cuidados
Lavar as mãos com frequência, principalmente, antes de consumir alimentos;
Utilizar lenço descartável ao tossir, espirrar ou assoar o nariz;
Cobrir a boca e o nariz com o antebraço quando espirrar ou tossir;
Evitar tocar os olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
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Manter os ambientes bem ventilados;
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas gripe;