Mesmo sem expectativa de votação da polêmica Medida Provisória (MP) que desvincula os profissionais temporários da carreira do magistério, professores tomaram as galerias da Assembleia Legislativa durante a sessão desta terça-feira. No fim da reunião um grupo com cerca de 80 pessoas, conforme estimativa do Sindicatos dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública (Sinte/SC), decidiu acampar e passar a noite na Alesc, como forma de pressionar os deputados e o governo por uma definição sobre o assunto.

Continua depois da publicidade

Leia também:

::: Governo vai apresentar anteprojeto do plano de carreira como opção à MP dos ACTs

Durante os discursos dos parlamentares, os grevistas cobravam a retirada da MP e protestaram contra o secretário de Educação, Eduardo Deschamps, por causa do vídeo vazado de uma teleconferência em 1º de abril em que ele prometia punições a diretores “pelegos de sindicato” e dizia que professores em estágio probatório e temporários corriam risco de demissão caso aderissem à greve.

Continua depois da publicidade

O deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) foi ovacionado pelos professores a ao apresentar trechos do vídeo durante seu pronunciamento em tribuna. O pedetista exigiu pedido de desculpas do secretário de Educação à categoria como condição para permanecer no cargo.

Minotto foi duro em seu pronunciamento e ganhou muitas palmas dos professores que tomam as galerias da Assembleia. Chamou as declarações de Deschamps de “fala medíocre, leviana e desrespeitosa” e que esse “desrespeito à categoria é “incompatível com a função pública”.

Ao final, o deputado Leonel Pavan (PSDB), que conduzia a sessão, classificou o discurso do pedetista de “brilhante pronunciamento”. A deputada estadual Luciane Carminatti (PT) também endossou as palavras e reforçou às críticas ao secretário.

Continua depois da publicidade

Nenhum deputado governista pediu a palavra para defender Deschamps, nem mesmo o líder do governo, Sílvio Dreveck (PP), a quem coube assumir a tribuna após o discurso de Minotto. O pepista limitou-se a informar a decisão tomada ontem à noite pelo governo de apresentar o anteprojeto do novo plano de carreira dos professores aos líderes da bancada governista na manhã de quarta-feira. Prometeu que a proposta aporta na Assembleia até terça-feira, substituindo a polêmica medida provisória que exclui os ACTs da carreira do magistério.

Ao fim da sessão, um grupo de professores decidiu acampar e passar a noite na Alesc para pressionar por uma definição do assunto nesta quarta-feira. Conforme cálculo do Sinte, 80 manifestantes devem pernoitar no hall de entrada da Assembleia. Houve princípio de confusão quando os colchonetes foram levados até o prédio e o equipamento detector de metais chegou a ser danificado. Por volta de 20h30min a situação já estava tranquila.

– Não sei quando vamos sair daqui. O objetivo é marcar presença para que, ou o governo retire a MP, ou ela vá para plenário e seja rejeitada pelos deputados – diz o coordenador estadual do Sinte, Luis Carlos Vieira, que também passará a noite na Alesc.

Continua depois da publicidade