Cerca de 150 trabalhadores do Hospital de Caridade de Florianópolis paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira. Por conta da greve, o pronto atendimento foi fechado e as cirurgias eletivas – que não são urgentes – foram canceladas. A direção da instituição apresentou nova contraproposta nesta segunda-feira. Os grevistas ainda não marcaram nova assembleia para analisar a proposta.
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Técnicos de enfermagem, funcionários da higienização, portaria e nutrição reclamam da das condições de trabalho – problemas na climatização e falta de lugar para descanso -, melhora em benefícios como plano de saúde e vale-alimentação, aumento de 12% no salário. Outra pedido é que os trabalhadores possam ter atendimento médico dentro do Hospital de Caridade (hoje são atendidos somente casos de emergência).
– Tem funcionário que trabalha com higienização de hospitais, um trabalho especializado, e recebe R$ 793. É pouco. Além disso tem uma empresa terceirizada trabalhando no hospital onde os funcionários ganham melhor e têm mais benefícios. Isso é desmotivante – diz o diretor do Sindisaúde SC, Nereu Sandro Espezim.
Serviços paralisados
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Segundo a assessoria de imprensa do Hospital de Caridade, Samu e Bombeiros foram avisados para enviar pacientes para outros pronto-atendimentos da Capital. Por conta disso, ninguém deixou de ser atendido no local.
Por outro lado, 22 cirurgias eletivas foram canceladas e devem ser remarcadas assim que a situação seja normalizada.
Contraproposta apresentada na segunda:
A direção do Hospital de Caridade afirmou através de seu advogado, Alexandre Evangelista Neto, que deve atender algumas das reivindicações dos grevistas:
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– Dentro de 60 dias deve procurar um local no hospital para acomodar os trabalhadores em horário de folga;
– A parte paga pelo trabalhador pelo vale-alimentação deve ser reduzida para 3% (hoje o valor descontado em folha é de R$ 68), o que deve diminuir o custo para os funcionários pela metade;
– Um apartamento será disponibilizado apenas para atendimento médico de funcionários;
– O pagamento retroativo de nove feriados que não foram pagos de forma correta.
Dois anos sem convenção coletiva
Segundo o advogado do hospital os funcionários estão há dois anos sem convenção coletiva de trabalho.
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– Antes a convenção era feita entre trabalhadores e hospital. Ainda não apresentamos uma nova proposta porque vai haver uma reunião entre sindicato patronal e sindicato dos funcionários, para fazer a convenção coletiva – diz Alexandre.
Esta reunião deve acontecer dia 20 de fevereiro e servirá para o Hospital de Caridade ter a mesma convenção coletiva de todos os funcionários de hospitais particulares do estado. Alexandre explica que a instituição queria esperar o acordo entre os dois sindicatos para dar uma posição aos trabalhadores.
– Acho que foi um dos motivos que desagradou os trabalhadores – conta o advogado.