Nesta terça-feira (30), às vésperas do Dia Internacional do Trabalho, a Argentina está imersa em uma greve geral que parou diversos serviços no país. A paralisação, de 24 horas, foi convocada por centrais sindicais. A ação é uma resposta ao programa de austeridade do presidente Maurício Macri. As informações são do jornal O Globo.
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A partir do meio-dia, estava prevista uma reunião histórica Praça de Maio para protestar contra o governo, convocada pelo caminhoneiro Hugo Moyano e pelos dois ramos da Central de Trabajadores Argentinos (CTA).
A greve teve início à 0h desta terça-feira e afeta parcialmente o transporte público de passageiros. De acordo com a agência estatal Télam, o metrô não está funcionando, bem como cerca de 80 linhas de ônibus. Também são prejudicados voos nacionais e internacionais, a atividade bancária e a administração pública. Há ainda paralisações parciais em escolas, hospitais públicos, na coleta de lixo e dos caminhoneiros, diz a agência.
A Aerolineas Argentinas informou que a greve obrigou a empresa a cancelar 350 voos , o que afetará 22 mil passageiros. A greve geral na Argentina fez Latam, Gol e Azul cancelarem voos para o país nesta terça-feira, incluindo aqueles com destino a Porto Alegre.
Muitas ruas no centro de Buenos Aires não tinham tráfego pela manhã porque grupos de manifestantes fecharam as vias impedindo o acesso de veículos.
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Os portos da região de Rosário, um dos maiores núcleos agro-exportadores do mundo, ficaram paralisados, já que tanto caminhões quanto navios graneleiros tinham o acesso bloqueado.
Como nesta quarta-feira, que também é feriado na Argentina, alguns sindicatos de transporte realizarão uma outra paralisação por 24 horas, o polo de Rosário permanecerá inativo, de acordo com um porta-voz da Câmera agro-exportadora Ciara-CEC.
Os sindicatos protestam contra a crise no país, com recessão econômica, inflação elevada (1,8% no acumulado do primeiro trimestre e de 54,7% anualizada), desemprego em alta (9,1% no final de 2018) e aumento na pobreza, que abalam os piores fantasmas de um país onde a memória da maior crise de sua história no final de 2001 ainda é recente.