A greve por tempo indeterminado dos servidores municipais de Florianópolis começa nesta quinta-feira e vai afetar principalmente os serviços de saúde, educação, assistência social e obras.

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A coleta de lixo não ser atingida porque a categoria possui uma data-base diferente. Já a Guarda Municipal não aderiu, mas está discutindo o assunto, afirma o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem).

A paralisação foi confirmada quarta à tarde e o Sintrasem estima que a adesão fique entre 75% e 85% neste primeiro dia. Já o governo diz que só será possível avaliar o impacto do movimento a partir da manhã desta quinta, e por isso orienta que a população fique atenta ao site da prefeitura e às redes sociais oficiais, que serão atualizadas ao longo do dia com informações sobre o impacto da greve nos serviços básicos.

Servidores municipais de Florianópolis entram em greve por tempo indeterminado

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Entre as principais reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 8% em relação ao IPCA, aumento do auxílio alimentação, garantias de aplicação do plano de carreira para o quadro civil, aplicação da hora-atividade de 40% para todos do magistério e definição sobre a quitação das dívidas com o fundo de previdência municipal.

– Nós buscamos o diálogo desde que entregamos a pauta da data base, em março, mas não houve acordo. Na quinta-feira passada decretamos estado de greve em assembleia e a prefeitura estava ciente que a paralisação ocorreria se a proposta não melhorasse. Agora está na mão do prefeito, aguardamos uma sinalização – afirma a diretora de comunicação do Sintrasem, Ana Cláudia da Silva.

Já o secretário de Administração da Capital, Gustavo Miroski, diz que a prefeitura foi pega de surpresa com a greve, reforçando que a administração municipal está disposta a negociar:

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– A prefeitura entende como precipitado o movimento grevista. Entendemos como certa intransigência da diretoria do sindicato no sentido de querer negociar todo o contexto da pauta da data base, que será difícil de se transpor e que vai acabar dificultando negociações mais concretas com benefícios para as categorias. Mas deixo claro que estamos abertos a negociações.

:: Rafael Martini e Upiara Boschi comentam o andamento das greves dos professores, do judiciário e dos servidores municipais de Florianópolis:

Protesto e tumulto na Câmara de Vereadores

Depois de confirmar a greve, servidores municipais seguiram em caminhada até a frente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, onde fizeram um protesto chamando atenção para o movimento. Os manifestantes também decidiram acompanhar a sessão do Legislativo que votou o arquivamento, feito pelo Conselho de Ética da Casa, do pedido que pode resultar na cassação do vereador Cesar Faria (PSD), denunciado na Operação Ave de Rapina.

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O grupo pressionava para que o arquivamento fosse derrubado em plenário, o que acabou ocorrendo por 13 votos a sete. Ocorreram duas abstenções e o vereador Afrânio Boppré não participou da votação por ser autor do pedido.

Conforme o Sintrasem, cerca de 2 mil pessoas participavam da mobilização do lado de fora da Câmara. Parte dos manifestantes quis entrar no prédio para assistir a sessão, momento em que houve tumulto. A Guarda Municipal reforçou a segurança do plenário e tentou barrar a passagem dos servidores usando spray de pimenta. No fim, com a situação mais tranquila, alguns deles foram liberados para acompanhar a reunião.

– O processo da Ave de Rapina faz parte da nossa mobilização, até porque vivem dizendo que não tem dinheiro para negociar, mas ano passado foram desviados milhões dos cofres públicos e ninguém se pronunciou sobre o assunto – diz a diretora de comunicação do Sintrasem, Ana Cláudia da Silva.

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Depois do ato de quarta em frente à Câmara, o Sintrasem prevê duas ações para sexta-feira. A primeira, às 8h30min, terá concentração na Catedral Metropolitana para distribuição de carta aberta à população. O segunda será uma passeata às 13h30min, com concentração na Praça Tancredo Neves.