A greve dos servidores públicos de Florianópolis entra no sétimo dia nesta segunda-feira (18) com reflexos no atendimento dos serviços públicos da Capital. Na saúde, de acordo com a prefeitura, o setor mais afetado é o de atenção primária, que tem mais de 17% do quadro de profissionais paralisados.
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Conforme a Secretaria de Saúde, as unidades mais afetadas nesta segunda-feira por falta de efetivo são as da Agronômica, Itacorubi, Novo Continente e Monte Cristo. As demais seguem atendendo com mudanças parciais e pontuais na oferta dos serviços.
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Os serviços de emergência seguem 100% mantidos, com o Samu atendendo normalmente. Já nas UPAs, apenas equipes de radiologia aderiram à greve, com os demais setores oferecendo atendimento. No Caps, cerca de 20% dos profissionais estão paralisados e nas policlínicas, menos de 1%.
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Na educação infantil, conforme a última atualização, 82 creches estão funcionando de forma integral ou parcial, enquanto três unidades estão fechadas. Já no fundamental, 38 escolas estão com atividades normais ou parciais e apenas uma unidade fechada.
Na educação infantil, 2.344 profissionais estão trabalhando e 1.380 aderiram à paralisação. No ensino fundamental, 1.224 trabalhadores estão exercendo suas funções e 827 decidiram por entrar em greve.
Servidores públicos de Florianópolis entram em greve por tempo indeterminado
Veja fotos da greve
Greve foi considerada ilegal pela Justiça
A greve dos servidores públicos de Florianópolis foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O documento que oficializa a decisão foi publicado na quarta-feira (13) e destaca que a paralisação promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem) é ilegal e abusiva, além de estar sujeita a multa de R$ 100 mil por dia.
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A reportagem do NSC Total procurou o sindicato a fim de entender quais serão os próximos passos e se a greve terá continuidade, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.
Nesta manhã, os servidores se reuniram em assembleia com outras entidades e movimentos sociais para discutir a decisão da Justiça. Durante a tarde, inclusive, o Sintrasem participará de uma nova audiência de conciliação no TJ.
Operação policial mira sindicato
Nesta manhã de segunda-feira, uma operação policial cumpriu mandados de busca e apreensão dentro da investigação do incêndio em um caminhão da coleta de lixo em Jurerê Internacional, ocorrido no dia 12 de março.
Ao todo, conforme adiantou a coluna de Ânderson Silva, são quatro mandados, sendo três em Florianópolis e um em Palhoça. Todos os alvos, de acordo com a investigação, são ligados ao Sintrasem.
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A Justiça, que concedeu os mandados, também autorizou a quebra imediata do sigilo telefônico dos aparelhos eletrônicos que forem apreendidos na residência dos quatro alvos. Segundo a polícia, até o momento, as “investigações identificaram elementos que evidenciam a prova da materialidade e os indícios de autoria do incêndio criminoso e constrangimento ilegal na data de 12/03/2024, às 23h40, no bairro Jurerê Internacional, tendo como alvo o caminhão da empresa FG Soluções Ambientais LTDA”.
O sindicato também não se manifestou sobre a ação policial.
Entenda a greve
Trabalhadores da coleta seletiva, saúde, educação, assistência social e de outros setores aderiram ao ato, que ocorre por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a mobilização acontece em defesa de investimentos, renovação dos acordos coletivos sem a retirada de direitos e o fim das terceirizações.
A decisão para deflagrar greve foi tomada em assembleia no dia 6 de março. A categoria argumenta que, como 2024 trata-se de ano eleitoral, as negociações têm um período reduzido para serem concluídas para que os trabalhadores não fiquem sem acordo coletivo. Além disso, destacam que o governo municipal não repôs os valores de inflação.
O NSC Total procurou a prefeitura de Florianópolis a respeito do ato que, por nota, destacou que “a grave é política, já que sequer findou negociação entre executivo e sindicato”.
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Além disso, o governo municipal destacou que a data-base dos servidores, anualmente, ocorre em abril e que a prefeitura já “ingressou no judiciário pela ilegalidade da greve para iniciar descontos de falta e processo de demissão de grevistas”.
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