A dois dias de completar dois meses, a greve dos servidores do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) continua sem data para terminar. A briga é por um reajuste salarial de 27,3%, resultado da falta de aumento de 2010 para cá. Estão em pauta também questões como aumento de benefícios, reajuste fiscal e cortes de investimentos na educação. No Estado a paralisação gera mobilizações nos 18 campi – dos 22 espalhados que estão sem aulas desde 13 de julho.
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Na unidade de Gaspar, 20 estudantes dos cursos técnicos em Química, Informática e Vestuário contrariaram a decisão do grêmio estudantil de apoiar a greve e criaram o movimento Quero Aula. A ação, que já ganhou página no Facebook, cobra o reinício do ano letivo para os mais de 300 alunos dos cursos integrados do município. O ato começou no Campus de Florianópolis e, além de Gaspar, engloba os jovens que frequentam o Instituto Federal Catarinense (IFC) de Blumenau. De acordo com Daniel Trainoti, coordenador do Quero Aula, até agora foram feitas cinco reuniões entre alunos para tentar chegar a um acordo:
– A proposta do nosso movimento não é ir contra as reivindicações. Achamos a greve justa, mas queremos que as aulas voltem pra não alterar ainda mais a nossa vida. Se continuar assim vamos ficar um ano a mais no Ensino Médio – explica o estudante de 16 anos.
Até agora o governo propôs aos servidores o pagamento retroativo de 21,3% em quatro parcelas até 2019, mas o comando de greve não aceitou a oferta. Membro da diretoria do Sindicato Nacional dos Servidores Federais de Educação Básica e Profissional de Santa Catarina (Sinasefe-SC) e representante do comando regional de greve do Vale do Itajaí, Giane Carvalho diz que não consegue prever um fim para a greve. No entanto, ela acredita que a paralisação não vai afetar a qualidade do ensino, mesmo que o calendário das aulas precise ser prolongado:
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– Se a categoria aceitar uma proposta fora da realidade como essa que o governo nos fez, fica engessada independentemente do que pode acontecer com a economia no Brasil. Estamos ciente do prejuízo e sabemos que a greve sempre tem um efeito colateral, mas é o nosso último recurso – comenta.
Daniel adianta que se não houver nenhum tipo de manifestação por parte dos servidores sobre o que será feito nos próximos dias, o comitê do Quero Aula pretende se reunir em frente à reitoria para protestar contra a falta de aula:
– Acho que o mínimo que a gente merece é um pouco de respeito. Tem muita gente sendo prejudicada pela greve e, junto dos nossos pais, pretendemos fazer valer o nosso direito – garante.