Os profissionais do Samu de Joinville decidiram encerrar a greve da categoria após 15 dias. Eles se reuniram na noite da última segunda-feira (4) em assembleia geral e optaram em voltar ao trabalho, mas permanecer em estado de greve. Os trabalhadores não descartam uma nova paralisação se as negociações com o governo do Estado não avançarem.

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A greve teve início em 21 de dezembro por causa de uma série de reivindicações apresentadas ao Estado que não foram atendidas. Uma delas era o pagamento do 13º salário. Segundo Lorival Pisetta, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Joinville e Região, a empresa que administra o Samu pretendia realizar o pagamento em seis parcelas.

Após negociações, a empresa conseguiu os recursos necessários para realizar o pagamento integral do 13º salário em dezembro. Segundo Pisetta, todos os profissionais receberam até o dia 31. Além disso, o Estado também teria se comprometido a receber a empresa e os sindicatos laborais da saúde em janeiro.

– Diante disso, entendemos por bem suspender a greve e voltamos a partir de hoje (5/1) ao trabalho normal, porém eme stado de greve até que a situação seja toda resolvida – explica.

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Os trabalhadores e o sindicato aguardam pela reunião com o Estado para definir o futuro da greve. Dependendo do resultado, Pisetta acredita em uma união dos sindicatos regionais para uma greve estadual da categoria.

Em Joinville, cerca de 50 profissionais participaram da paralisação ao longo das últimas duas semanas, a maioria ligada à Central de Regulação. Durante o período de greve, os serviços essenciais foram mantidos para atendimento à população. Ao todo, o Samu tem 131 trabalhadores na cidade, incluindo médicos.

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Outras reinvidicações

Os profissionais do Samu ainda reivindicam outras melhorias para a categoria e que devem ser debatidas durante a reunião com o Estado neste mês. Entre elas estão os baixos salários, a falta de reajustes salariais nos últimos três anos e, no mesmo período, a ausência de férias anuais.

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A categoria também afirma que são devidos feriados trabalhadores e horas extras, além de pedir melhores condições de trabalho e treinamentos e atualização profissional. Segundo Pisetta, um ofício com todas as reivindicações foi entregue ao governador Carlos Moisés em 23 de dezembro.

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Estado diz que “manifestação é compreensível”

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da sua Superintendência de Urgência e Emergência, emitiu uma nota ainda em dezembro informando que acompanhava a insatisfação dos profissionais do SAMU e entendia que “são anseios e acúmulo de muitos anos, cuja manifestação é compreensível”. 

Segundo o Governo do Estado, a discussão sobre salários e férias vencidas é responsabilidade contratual e legal da empresa prestadora de serviços que administra o Samu e faz as contratações dos profissionais, a OZZ Saúde. 

– A SES nos últimos meses não têm medido esforços para buscar soluções para esses problemas que ano após ano tomam nossos enfermeiros, médicos e socorristas – dizia a nota do Estado.

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Além disso, o Governo do Estado informou que um grupo técnico foi criado para avaliar o contrato com a prestadora de serviços, criar um diálogo maior com o sindicato e avaliar medidas a curto prazo. Já foram iniciadas conversas para que todas as unidades do Samu tenha bases próprias nos próximos anos.

A Superintendência também tem construído um projeto de comunicação em toda a rede, por meio de novas tecnologias e softwares, os quais estão sendo desenvolvidos para a inserção no APH móvel de Santa Catarina.

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