Há três dias, caminhoneiros ocupam trechos das principais rodovias federais do Estado, para protestar contra o aumento no preço do Diesel. Somente na região Norte já são 10 pontos de interdição. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os motoristas impedem a passagem dos veículos de carga pesada. Veículos leves e de emergência transitam normalmente. O trânsito está lento em alguns pontos, mas não há engarrafamentos.

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Na BR-280, perto do km 23, os motoristas param os caminhões que seguem sentido ao Porto de São Francisco. Apesar do bloqueio, a administração da unidade informa que isso não afetou o funcionamento.

Na SC-416, em Itapoá, os manifestantes também estão perto do porto. Segundo a administração, o funcionamento chegou a ser afetado porque os caminhoneiros estavam abordando outros motoristas, mas ninguém foi proibido de descarregar.

Nesta terça-feira uma liminar foi expedida pela 2ª Vara Federal de Florianópolis que impede que as rodovias federais de Santa Catarina sejam bloqueadas, os manifestantes limitaram-se a convidar os motoristas de veículos de carga a também paralisarem.

Confira a situação das principais rodovias (atualização às 11h30):

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SC-416 – Em Itapoá, próximo ao porto, os caminhoneiros estão reunidos desde segunda. Estão parando os veículos de carga, mas deixando os carros passarem. Segundo a PRF, tem bastante caminhão. Por causa da abordagem, os motoristas que passam por lá estão enfrentando congestionamento.

BR-280 – Em Araquari, os manifestantes se reúnem perto do km 23, em um posto de gasolina. Eles estão abordando somente os veículos de carga. A pista não está interditada. A PRF não informou quantos caminhoneiros estão lá no momento. Já em São Bento do Sul, no km 122, também há caminhoneiros bloqueando os veículos de carga. Eles estão deixando passar carros e caminhões com carga perecível. A PRF de Rio Negrinho informou que existe cerca de 50 caminhões no local. A pista não está interditada porque eles estão no acostamento. Também há pontos de paralisação nos kms 3, em São Francisco do Sul, 231 e 235, em Canoinhas, e 268, em Irineópolis.

BR-101 – Em Joinville, os caminhoneiros estão reunidos no km 25, no posto Rudnick. A PRF não soube dizer quantos, mas disse que tem bastante. Não estão interditando a rodovia, só abordando os veículos de carga. Em Araquari, no km 75, também houve adesão à greve.

BR-116 – Em Mafra, no km 7, os motoristas estão bloqueando a passagem dos veículos de carga. Segundo a PRF, não tem congestionamento e, desde segunda-feira, houve uma redução no número de veículos. No km 138, em Santa Cecília, também tem ponto de paralisação. Também há manifestantes no km 54, em Papanduva, onde o trânsito de veículos leves flui normalmente. Já no km 99, em Monte Castelo, houve dispersão dos caminhoneiros na noite desta terça-feira.

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SC-108 – Em Campo Alegre, no km 46, também há um ponto de concentração dos caminhoneiros. Os motoristas bloqueiam a passagem de todos os caminhões.

Paralisação afeta coleta de resíduos sólidos em Schroeder

Devido ao protesto, a coleta de resíduos sólidos urbanos está sendo afetada em Schroeder. Em nota, a Prefeitura informou que como o material é encaminhado ao aterro sanitário na cidade de Mafra, os caminhões que fazem o transporte do lixo até a cidade estão paralisados na rodovia. Os veículos de coleta também estão parados na empresa já carregados com os resíduos.

— Contamos com a compreensão da comunidade. O serviço será normalizado assim que possível — explica o diretor de saneamento, Valvenir Doge.

Em Santa Catarina há outros pontos interditados por causa do protesto: na BR-101 nos kms 117 em Itajaí, 282 em Paulo Lopes e 342 em Tubarão; no km 395 da BR-282 em Joaçaba; no km 09 da BR-470 em Navegantes e no km 245 da BR-116 em Capão Alto.

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A Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina) emitiu nota afirmando que é contrária à nova política de preços da Petrobras. Segundo a nota, “além de dificultar toda a cadeia produtiva do País, os reajustes inviabilizam financeiramente o cotidiano das empresas e novos investimentos que poderiam aprimorar o setor”. A Fetrancesc também informou que é solidária às manifestações, desde que se mantenham pacíficas.

Leia a nota completa da Fetrancesc:

Enquanto entidade representativa das empresas do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina, a Fetrancesc é contrária aos constantes reajustes da Petrobras nos preços de combustíveis. Desde a implantação da política de preços da estatal, em junho de 2017, houve aumentos extremamente prejudiciais ao setor dos transportes, aquele que movimenta a economia do Brasil.

Além de dificultar toda a cadeia produtiva do País, os reajustes inviabilizam financeiramente o cotidiano das empresas e novos investimentos que poderiam aprimorar o setor. Eles são um exagero, diante de uma taxa de inflação abaixo da média e da excessiva carga tributária do Brasil que incide no transporte.

Para demonstrar o impacto na atividade do transporte, a Fetrancesc é solidária a todo e qualquer tipo de manifestação na sua íntegra, desde que pacífica. Respeitamos a cláusula constitucional que concede a todo cidadão o direito de ir e vir e orientamos que não haja bloqueio de rodovias. A nossa proposta é que os caminhões sequer saiam dos pátios das empresas para preservarmos a integridade do nosso principal patrimônio: o colaborador.

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Por fim, a Fetrancesc espera que a União faça uma revisão completa na tributação federal sobre o preço dos combustíveis e que reveja a política adotada pela Petrobras. Nosso anseio é que não só as empresas que realizam o transporte de cargas e movimentam a economia do País deixem de serem prejudicadas, como também os proprietários de carros particulares deixem de ser prejudicados.