O corre-corre de quem compra os presentes no último instante costuma ser grande nas lojas às vésperas do Natal. Mas neste ano, pelo menos ao que tudo indica, o cenário em Blumenau será um pouco diferente. As sucessivas interrupções do transporte coletivo aliadas à recessão econômica enfrentada pelo país tendem a lançar novos desafios para o comércio local, que já sente quedas de até 25% na consulta de crediários, de acordo com dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau (CDL).

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A avaliação é do presidente da entidade, Hélio Roncaglio. Ele diz que o faturamento do comércio em 2015 pode ser dividido em dois momentos: antes do dia 18 de dezembro e depois desta data, quando recomeçaram as paralisações dos trabalhadores do transporte coletivo do município. De acordo com o líder empresarial, apesar da crise econômica, as metas de vendas vinham sendo atingidas até a última semana, o que mudou nos últimos dias em função do impasse envolvendo os ônibus.

A CDL faz um levantamento nos comércios para avaliar se as vendas no Centro foram deslocadas para os comércios de bairro, já que a tendência é que as pessoas que não têm carro – e estão impedidas de utilizar o transporte coletivo – façam compras em lojas mais próximas de suas casas. Os dados devem ser divulgados nas próximas semanas.

Quem repetir 2014 sairá no lucro, diz dirigente

O presidente do Sindilojas, Emílio Schramm, acredita que o comerciante que conseguir manter a média de faturamento do último ano, mesmo com a perda da inflação, pode se considerar no lucro.

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– Esperávamos a recuperação para tentar manter os números do ano passado. Mas se essa greve continuar, provavelmente nem isso acontecerá – prevê Roncaglio.

Na avaliação do economista e professor da Furb Nazareno Schmoeller, a greve de ônibus agrava a situação e traz prejuízo para todos os setores. Para a questão ser resolvida, é preciso de mais envolvimento da sociedade, de acordo com o especialista.

– O pior momento do ano para fazer uma greve é agora. Acredito que setores empresariais e prefeitura deveriam ter se mobilizado desde a semana passada para resolver essa situação – avalia.

Apesar disso, há expectativa de ruas e lojas mais cheias hoje. A aposta do comércio é numa característica bem peculiar do consumidor: deixar a compra para a última hora.

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