Chegou ao fim a greve do transporte coletivo na Grande Florianópolis. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) decidiu aceitar uma nova proposta dos patrões, que ofereceram 10% de reajuste salarial (inflação pelo INPC mais 0,17% de ganho real), com gatilho de reposição da inflação em novembro. Com isso, os ônibus voltam a circular normalmente a partir da madrugada desta quinta-feira.
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O vale-alimentação será reajustado em 17,24%, passando de R$ 580 para R$ 660 — com aumento para R$ 680 em novembro — e os dois dias de paralisação não serão descontados do salário. Também ficou assegurado um local para estacionamento dos ônibus no Centro de Florianópolis, em local onde ficava o antigo camelódromo. Segundo Waldir Gomes, do sindicato patronal (Setuf), a área está sendo cedida da União para prefeitura e faltam apenas detalhes burocráticos para a conclusão da doação.
— Falta apenas a volta de um documento de Brasília, mas está tudo encaminhado — afirmou.
Em relação ao pedido de banheiros e um local de lazer, Gomes afirma que será construído um local dentro do próprio Ticen.
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A decisão por encerrar a greve foi tomada em uma assembleia na noite desta quarta-feira. Antes marcado para 23h30min, o encontro foi adiantado e ocorreu pouco depois das 22h. O fim da greve já havia sido encaminhando durante uma reunião de conciliação no começo da noite, no Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT-SC).
Quem também comemorou o fim da greve foi o desembargador Roberto Guglielmetto, que mediou a audiência realizada no TRT-SC.
— Sempre acreditei que o acordo pudesse acontecer, já que as propostas não eram tão destoantes. Por isso insisti tanto. E deu certo — celebrou Guglielmetto, em sua primeira mediação de greve como desembargador.
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Participaram da reunião o Sintraturb, o Setuf, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de SC (Setpesc), Ministério Público do Trabalho, Deter, prefeitura de Florianópolis e Consórcio Fênix.
DCExplica: greve do transporte coletivo em Florianópolis
A greve dos trabalhadores teve início nas primeiras horas da terça-feira em função da falta de acordo entre o sindicato patronal e dos trabalhadores quanto à taxa de reajuste dos salários de motoristas e cobradores. Enquanto os trabalhadores pediam a inflação pelo INPC (9,83%) mais 5% de ganho real, os patrões ofereciam apenas a reposição inflacionária.
Em relação ao vale alimentação, o pedido era de um aumento dos atuais R$ 580 para R$ 725. Os trabalhadores também pediam uma área de descanso, com banheiros adequados, além de um local para estacionamento dos veículos. Hoje, devido à falta de um lugar adequado, motoristas relatam ter de ficar dando voltas ao redor dos terminais a fim de evitar multas
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