A greve dos servidores da saúde, iniciada neste terça-feira em Santa Catarina, tem causado problemas à população. Com consulta agendada há dois meses no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, a dona de casa Cleonice Rodrigues da Silva voltou para a cidade de Braço do Norte sem que o filho de dois anos fosse atendido.
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Portador de Síndrome de Down, o menino precisa de acompanhamento médico e não foi atendido porque estão mantidos somente atendimentos de urgência e emergência no hospital.
A dona de casa saiu da cidade em que mora às 3h desta terça-feira para a consulta na Capital. Ela e o filho foram levados por um carro da secretaria da saúde e só foram informados de que a criança não seria atendida quando chegaram em Florianópolis. No Joana de Gusmão, a informação passada foi de que o atendimento só irá ocorrer após o fim da paralisação,com a consulta remarcada.
– Agora é ir embora e esperar o fim da greve. Esse atendimento só tem aqui, não tem o que fazer – disse a mãe, frustrada por não ter conseguido mostrar o filho a um médico.
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Ao anunciar a greve, a diretoria do Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde (SindiSaúde), garantiu que os serviços de urgência e emergências serão mantidos.
Parados desde hoje
Os servidores entraram em greve nesta terça-feira. Eles pedem valorização salarial, melhores condições de trabalho e na infraestrutura dos hospitais, além da contratação de mais servidores. Cerca de 2 mil funcionários devem aderir a esta paralisação no Estado.
De acordo com o SindiSaúde, a deflagração da greve se intensificou com o anúncio de redução da hora plantão na saúde. Segundo o sindicato, por mais de 20 anos o governo usou o recurso para preencher vagas em aberto nos hospitais. Alegando baixos salários, os profissionais afirmaram depender cada vez mais da hora plantão, que representa até 75% dos salários na saúde.
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O governo afirma que serão repostos os 13 médicos para o Instituto de Cardiologia do Hospital Regional, e 11 pediatras para o Hospital Joana de Gusmão. Segundo o secretário, dos 611 profissionais concursados pelos menos 382 estão aptos a começar a trabalhar no Hospital Regional, em São José.