A paralisação dos professores de Urubici, na Serra Catarinense, completou 17 dias nesta sexta-feira, e enquanto grevistas e prefeitura não se entendem, 85% dos estudantes da rede municipal continuam sem aulas e, pior, sem nenhuma previsão de quando voltarão às escolas.
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A greve iniciou no dia 18 de março e, dos 160 professores, cerca de 90 continuavam de braços cruzados nesta sexta reivindicando aumento de salário. A prefeitura garante não ter como atender ao pedido neste momento e lamenta que, dos 1.008 alunos da rede municipal, 858 (todos os 529 do ensino fundamental e 329 da educação infantil) permanecem sem estudar. Só 150 crianças da educação infantil são atendidas por professores que não estão em greve.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Urubici (Sinsemu), Felipe Corrêa Bernardes, admite que os professores passaram a receber o piso nacional da categoria em janeiro, com um salário de R$ 919,30 para uma carga semanal de 20 horas/aula. Mas assim como todo trabalhador em qualquer lugar do mundo, eles desejam mais, e querem receber R$ 1.225 por 20 horas/aula e exatamente o dobro, R$ 2.450, por 40 horas/aula.
O presidente do sindicato diz ainda que, para acabar com a greve, os professores propuseram receber 8% de aumento sobre o atual salário, passando para R$ 992,84, mas a prefeitura teria negado. A segunda proposta dos professores foi receber os mesmos 8% de reajuste em quatro parcelas a serem pagas de setembro a dezembro deste ano, mas a administração municipal também teria recusado. A terceira e última proposta dos grevistas foi receber esses 8% mais a inflação de 2014 em janeiro de 2015, mas o Executivo não teria concordado novamente.
Prefeitura diz não ter dinheiro e teme atraso no calendário escolar
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A secretária municipal da Educação, Patrícia de Souza Rodrigues, diz que a prefeitura explicou aos grevistas que, neste momento, não tem condições financeiras de conceder o aumento, ainda que considere justo e merecido. A secretária garante, porém, que todos os professores recebem 10% de gratificação por estarem em sala de aula, além do piso nacional obrigatório.
Patrícia adianta que o calendário letivo deste ano está comprometido pela greve e que será necessário repor as aulas durante as férias de julho, justamente em pleno inverno e quando estudantes e professores poderiam ficar em casa por alguns dias para se proteger do forte frio de Urubici.