A greve de funcionários do Hospital de Caridade, em Florianópolis, completa o oitavo dia nesta quarta-feira. Sem dinheiro, a instituição ainda não conseguiu pagar o 13º salário de 191 dos 746 colaboradores. A dívida é de R$ 1,04 milhão.

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A diretora do hospital, Lúcia Maria Pereira da Silveira, relata que o atendimento está comprometido. Para evitar riscos aos pacientes, houve redução de cerca de 70% nas internações, fechamento da emergência e diminuição do número de cirurgias – apenas duas das sete salas estão funcionando.

A proposta de parcelamento do 13º salário apresentada aos funcionários é apenas formal, assegurou Lúcia em entrevista à CBN Diário. Na prática, a ideia é colocar todos os valores em dia tão logo a instituição consiga linhas de crédito ou receba o pagamento de atrasados. Segundo a diretora, o Caridade tem R$ 1,6 milhão a receber do município, além de valores pendentes da Marinha.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SC) determinou na terça-feira que o hospital informe o valor exato devido a cada trabalhador, sob pena de multa diária de R$ 50 mil por dia, até o limite de R$ 500 mil, além de manter o bloqueio das contas.

Na semana passada a Justiça do Trabalho já havia autorizado, em liminar o bloqueio em contas do hospital, caso o pagamento não fosse feito até sexta-feira (23). Contudo, segundo o TRT, faltava o sindicato informar no processo o valor a ser bloqueado.

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Conforme o sindicato dos trabalhadores, 85% dos funcionários estão em greve e se revezam para manter um atendimento “mínimo”. A direção diz que a adesão é de 30%.