O Olímpico rugiu, mostrou força, mas não adiantou. Por ironia, o Grêmio deixou escapar a vitória justo quando Neymar não estava em campo após ser expulso. Ficou tudo no 1 a 1 e a equipe tricolor permanece em terceiro lugar, a três pontos do Atlético-MG e a nove do Fluminense.

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O Grêmio ignorou o Santos de Neymar desde o início do jogo. A cordialidade do começo, quando o técnico Muricy Ramalho cumprimentou calorosamente Elano, seu antigo jogador na Vila, e abraçou Kleber, acabou no momento em que a bola correu. O Grêmio foi para cima um tanto empurrado pelo Olímpico quase lotado e barulhento, forçando uma pressão minuto a minuto sobre o Santos, e não à toa foi para o intervalo vencendo por 1 a 0.

Os personagens das primeiras cenas foram Pará e Neymar. Enquanto as equipes se ajeitavam, o lateral levou a melhor em um pequeno duelo. Neymar mal pode respirar nos primeiros 15 minutos. Pará não deixou. Desarmou, fez falta, antecipou. Mas, depois, o clima mudou.

Não por causa de Pará, que continuou seu trabalho e foi à linha de fundo para cruzar para Moreno chutar sem pulo por cima. Neymar, porém, recuou para buscar o jogo e passou a centralizar os contra-ataques. A resposta do Grêmio foi fulminante antes dos 20 iniciais. Em um ataque pelo lado direito, Moreno caiu em disputa com a zaga, Elano chutou no travessão, a bola desceu um metro para fora do gol e o Santos se salvou. No mesmo lance, Elano recuperou o lance e, na entrada da área, foi derrubado. É claro que a torcida pediu dois pênaltis e o pernambucano árbitro Nielson Santos foi trucidado pelos gritos do Olímpico.

Bem colocado em campo, o Grêmio tinha seu posicionamento tradicional, com Souza dono do time como primeiro volante e Fernando e Zé Roberto se desdobrando com Elano. Esses quatro amassavam o Santos. Num dos lances, Moreno chutou cruzado e a bola passou rente ao poste de Rafael.

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Neymar ainda obrigaria Marcelo Grohe a fazer uma defesa em dois tempos ao chutar rascante, com força e veneno. Nesse mesmo lance, Mo goleiro lançou Zé Roberto, que sofreu falta. Ele mesmo bateu a cobrança para a área e Werley subiu antes do bolo de jogadores para desviar para o canto de Rafael. O 1 a 0 era merecido, aos 34 minutos.

O segundo tempo se abriu ainda mais para o Grêmio. Orquestrado por Zé Roberto, que compensava a pouca produção de Elano, e com a disposição do insistente Marcelo Moreno, já aos 7 minutos a torcida iria à loucura. O duelo entre Pará e Neymar terminou mal para o santista. Os dois se enrolaram em um lance de meio de campo, Neymar acabou pisando sobre o corpo de Pará, e o árbitro entendeu que o lance foi proposital e aplicou o cartão vermelho direto.

Com um a menos, tudo se oferecia ao Grêmio. Mesmo que a principal atração da noite fosse para o vestiário mais cedo, não importava. Já o tinham visto durante todo o primeiro tempo e mais um pouquinho. Era hora de fazer o 2 a 0.

Não foi o que aconteceu: num lance de bola alta dentro da área do Grêmio, Durval subiu entre seis adversários, serviu Bruno Rodrigo, que quase sem chance de chutar devido à falta de espaço entre tantos jogadores, finalizou para marcar o 1 a 1. Metade do time falhou neste empate.

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Depois disso, o Grêmio sentiu o gol, Kleber perderia um gol depois de Pico ter ido à linha de fundo, Elano desperdiçou uma chance preciosa e André Lima concluiu para o gol depois de levar com a mão.

Já nos acréscimos, Bernardo aproveitou a pressão final tricolor para escapar sozinho. Quando estava prestes a invadir a área e ficar cara a cara com Grohe, foi derrubado por Léo Gago, que foi expulso. Na cobrança da falta, acertou o travessão, quase transformando em derrota um empate que já era negativo o suficiente para o Grêmio.

FICHA TÉCNICA

BRASILEIRÃO – 27ª RODADA – 30/9/2012

GRÊMIO

Marcelo Grohe; Pará, Werley, Gilberto Silva e Pico (Léo Gago, 23 do 2ºt); Fernando (Leandro, 20 do 2ºt), Souza (André Lima, 31 do 2ºt), Zé Roberto e Elano; Kleber e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

SANTOS

Rafael; Ewerton Páscoa, Bruno Rodrigo, Durval e Gerson Magrão; Adriano, Arouca, Felipe Anderson e Pato Rodriguez (Bernardo, intervalo); Neymar e André (Bill, 30 do 2ºt). Técnico: Muricy Ramalho.

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Arbitragem: Nielson Nogueira Dias (PE), auxiliado por Roberto Braatz (Fifa/PR) e Clóvis Amaral da Silva (PE).

Gols: Werley (G, 33 do 1ºt), Bruno Rodrigo (S, 12 do 2ºt)

Cartões Amarelos: Zé Roberto (G), Vilson (G), Pará (G), Kleber (G), Elano (G), Adriano (S), Ewerton Páscoa (S), Neymar (S), André (S)

Cartões vermelhos: Neymar (S) e Léo Gago (G)

Renda e público: não divulgados.

Local: Estádio Olímpico

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