O primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, admitiu nesta quinta-feira retirar seu projeto de referendo para garantir o cumprimento do plano europeu de resgate da Grécia, indicou um comunicado de seu gabinete. Outras informações davam conta de que o primeiro-ministro poderia renunciar ao cargo, mas isso foi descartado.

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– Apesar de irmos a um referendo, que nunca foi um fim em si mesmo (…) saúdo a posição do partido de oposição conservador – que se disse disposto a ratificar no Parlamento o acordo de resgate da Grécia adotado pela Zona Euro no dia 27 de outubro, indicou Papandreu em um conselho de ministros, citado pelo comunicado.

Papandreou também reiterou o compromisso do país em implementar as medidas combinadas no segundo pacote internacional de resgate, modificado na semana passada pela cúpula da União Europeia. Segundo ele, isso é um pré-requisito para a permanência da Grécia na zona do euro.

– A questão não é o referendo. A questão é se nós conseguiremos implementar a decisão tomada. Eu acredito que nós conseguiremos. Rejeitar essa decisão significa que nós deixaríamos o euro – disse.

Papandreou se disse preparado “para conversar com o líder da direita (Nova Democracia), Antonis Samaras, para avançar com base em um (governo) de consenso”. Ele propôs que dois de seus assessores, “o ministro dos Transportes, Dimitris Reppas, e seu conselheiro Nikos Athanassakis fiquem encarregados das negociações com membros do partido de direita sobre esta base”.

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– Acredito neste momento histórico que os partidos políticos possam chegar a um acordo – ressaltou Papandreou.

Duas horas antes, Samaras havia proposto a formação de um governo de transição que teria como missão ratificar do acordo europeu antes da realização de eleições legislativas antecipadas.

– Aqui onde chegamos com a política do governo (socialista), um novo acordo sobre a concessão da ajuda à Grécia é inevitável e é preciso garanti-lo – declarou Samaras.