O governo grego solicitou nesta quarta-feira à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para que superem suas diferenças e ajudem o país a evitar a suspensão de pagamentos que pesa sobre o país e que pode desestabilizar toda a zona do euro. O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que assumiu nas últimas semanas difíceis decisões ante a opinião pública, elevou o tom após o fracasso dos ministros de Finanças da zona do euro e do FMI em chegar em um consenso para reativar a dívida financeira da Grécia, congelada desde junho.

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“Nossos sócios e o FMI têm o dever de realizar o que assumiram”, disse em um comunicado. “Não se trata apenas do futuro de nosso país, mas sim da estabilidade de toda a zona do euro”, completou. Segundo Samaras, as eventuais dificuldades técnicas que complicam a solução não servem de desculpa para qualquer atraso ou ineficiência.

– A Grécia fez o que tinha que fazer e aquilo a que havia se comprometido a fazer – afirmou.

Após onze horas de intensos debates, encerrados na madrugada desta quarta-feira, a zona do euro fracassou em chegar a um acordo para liberar um lote de ajuda à Grécia, pendente desde junho, e também não conseguiu chegar a um acordo com o FMI para aliviar a dívida grega. Com isso, uma nova reunião foi marcada para segunda-feira.

– As eventuais dificultades técnicas não são desculpa para nenhum atraso ou insuficiência, já que a Grécia fez o que se comprometeu a fazer – insistiu o primeiro-ministro.

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Para desbloquear lotes de ajuda que somam até 44 bilhões de euros, os credores – FMI, Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia – querem encontrar os meios para reduzir a insustentável dívida da Grécia e para financiar a prorrogação por dois anos do plano de austeridade implementado por Atenas. Contudo, os países mais intransigentes do norte da Europa, como Alemanha, Holanda e Finlândia, excluem a possibilidade de perdoar a dívida que a Grécia contraiu com eles. Ao mesmo tempo, o FMI exige medidas para reduzir drásticamente a dívida grega de 190% do PIB em 2013 a 120% até 2020. A Grécia já havia advertido na semana passada que havia um limite para as acrobacias financeiras às quais o país pode recorrer para obter financiamentos no mercado e evitar a suspensão de pagamentos. Na semana passada, o país captou 5 bilhões de euros a curto prazo para poder reeembolsar obrigações cujo vencimento estaria próximo. Em dezembro, será preciso fazer frente a novos vencimentos, que totalizarão 7 bilhões de euros. Em todo o ano de 2013, o país deve reembolsar 30,4 bilhões de euros, e em 2014 cerca de 25,1 bilhões.