A Grécia enfrenta nesta sexta-feira o primeiro dia de greve geral em protesto contra as medidas de austeridade que o governo de Atenas aprovou para garantir um novo pacote de resgate da economia. A paralisação, que deve durar até sábado, conta com o apoio dos principais sindicatos de setores público e privado.
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Ilias Iliopoulos, secretário-geral de uma das maiores centrais sindicais gregas, a Adedy, indicou ontem que os sindicatos vão organizar novas manifestações no centro de Atenas, nos dois dias de greve e também no próximo domingo, quando o Parlamento deverá votar as novas medidas de austeridade.
A coligação de três partidos políticos gregos, que anunciou ontem ter alcançado um “acordo global”, aprovou demissões em funções públicas e uma redução nos custos de mão de obra no país, para que a Grécia possa receber um empréstimo de resgate de 130 bilhões de euros antes de 20 de março, quando o país terá de reembolsar 14,5 bilhões de euros aos detentores de dívida pública grega.
O novo pacote de austeridade prevê um corte de 22% no salário mínimo, uma redução de 15% nas pensões complementares e a demissão de 15 mil funcionários públicos, para cumprir uma meta de 150 mil postos de trabalho a menos na função pública até 2015.
A dívida grega é de cerca de 350 bilhões de euros, cerca de 160% do Produto Interno Bruto (PIB), com os credores públicos do país.
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– União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE). A exigência é que esse nível diminua para 120% do PIB até 2020.
Zona do euro pede ações concretas
Na quinta-feira, a zona do euro deu prazo de uma semana à Grécia para empreender “ações concretas”, em troca do resgate esperado pelo país para evitar a quebra. Entre as medidas exigidas, estão mais cortes no orçamento, além da aprovação, pelo Parlamento, do “acordo geral” sobre o plano de austeridade anunciado em Atenas.
– Apesar dos avanços dos últimos dias, “não dispomos de todos os elementos necessários para tomar decisões imediatas (repassar à Grecia a ajuda de 130 bilhões de euros, pendente desde outubro de 2011) – afirmou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
Por este motivo, os ministros de Finanças de 17 países da Zona do Euro vão realizar outra reunião, desta vez na próxima quarta-feira.
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Juncker fixou o preenchimento de três condições para a concessão da ajuda. Em primeiro lugar, o parlamento grego precisará aprovar domingo o plano de austeridade sobre o qual os partidos políticos gregos e os representantes dos credores públicos da Grécia, reunidos em torno da “troika” (formada por UE, BCE e FMI), concordaram, durante o dia.
Além disso, o governo grego terá que apresentar uma economia extra de 325 milhões de euros no orçamento para 2012 do país, e isto “até quarta-feira”, insistiu Juncker.
A zona do euro também exige que os partidos da coalizão no poder em Atenas apresentem “fortes garantias políticas” sobre seu apoio ao plano de austeridade.