Os dirigentes dos principais partidos políticos gregos e a imprensa local criticaram, neste sábado, a sugestão da chanceler alemã Angela Merkel de um referendo na Grécia sobre a manutenção do país na eurozona. A consulta ocorreria paralelamente às eleições legislativas de junho.

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– O povo grego não precisa de um referendo para provar sua escolha pelo euro, pelo qual já paga o preço fazendo sacrifícios – afirmou Antonis Samaras, líder do conservador Nova Democracia, que foi o partido mais votado em 6 de maio, mas sem maioria.

– Merkel está acostumada a dirigir-se às autoridades políticas da Grécia como se fosse um país protetorado (sob a tutela de outra nação) – declarou Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda radical Syriza, que surpreendeu nas eleições de 6 de maio com o segundo lugar.

– A questão na Grécia não é sua manutenção ou não no euro, e sim a saída definitiva da crise. A celebração de um referendo é competência exclusiva do governo e do parlamento grego, e não da União Europeia ou de governos de outros países membros – afirmou Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok.

O gabinete do primeiro-ministro grego interino, Panayiotis Pikrammenos, informou, na sexta-feira, que durante conversas com o presidente grego, Carolos Papulias, Merkel mencionou a ideia do referendo. A chancelaria alemã negou, ainda durante a noite de sexta-feira, a informação.

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