O ministro grego da Marinha criticou a atitude de integrantes da guarda-costeira de seu país que obrigaram um suposto traficante de pessoas turco a olhar para cadáveres de vários migrantes que morreram em um naufrágio.

Continua depois da publicidade

“É um comportamento claramente impróprio”, disse Thodoris Dritsas em um comunicado publicado na noite de segunda-feira. “O Estado e seus agentes têm que manter a cabeça fria e continuar sendo profissionais com todos os detidos, mesmo que tenham sido acusados de crimes odiosos”, acrescentou.

A rede britânica Sky News divulgou na sexta-feira imagens de uma operação de salvamento de um barco de migrantes que naufragou perto da ilha grega de Samos, incidente no qual duas crianças de dois anos e uma menina de quatro morreram.

A guarda-costeira deteve um suposto traficante, um turco de 21 anos que pilotava o barco, e o obrigou a olhar para os corpos das crianças até que começou a chorar.

“Todos deveríamos respeitar a presunção de inocência até que alguém seja condenado definitivamente”, disse o ministro.

Continua depois da publicidade

O suposto traficante, que disse à Sky News ter sido obrigado a pilotar o barco, deveria ser apresentado nesta terça-feira ao procurador de Samos.

A Grécia enfrenta há meses a chegada em massa de migrantes procedentes da Turquia. O presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, acusou na segunda-feira as autoridades portuárias da Turquia de apoiar este tráfico.

Nos últimos meses, o ritmo das chegadas ao mar Egeu diminuiu devido ao mau tempo e às novas medidas da União Europeia, mas a morte de pessoas afogadas continua sendo frequente.

Segundo estimativas da Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre 1 e 18 de janeiro 77 pessoas morreram tentando cruzar o mar.

Continua depois da publicidade

* AFP