Após vários dias de tensão, a Grécia apresentou, nesta terça-feira, a seus credores, uma contraproposta de reformas e medidas destinadas a evitar um default que, segundo o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, assinaria “o início do fim” da zona do euro.

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Atenas entregou dois textos suplementares de propostas ao comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, para “corrigir as divergências” com os credores (UE, FMI) sobre alguns temas, informou uma fonte do Executivo grego.

Após um final de semana particularmente tenso, a Grécia enviou na segunda-feira a Bruxelas dois emissários do primeiro-ministro, incluindo o chefe de negociações políticas Euclide Tsakalotos.

Até agora, o governo de esquerda radical grego havia apresentado uma oferta de acordo de 47 páginas, que incluía várias concessões em termos fiscais e orçamentários, a respeito de seus compromissos eleitorais.

A Grécia espera a liberação de uma parcela de 7,2 bilhões de euros do FMI, UE e Banco Central Europeu (BCE), que em troca exigem um aumento do IVA para a energia elétrica e o fim dos subsídios aos aposentados, medidas que o governo de Atenas rejeita.

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A Grécia deve pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI em 30 de junho, dia em que chegará ao fim seu plano de assistência financeira. Neste contexto, não resta muito tempo para negociar, como lembraram na segunda-feira vários líderes, entre eles o presidente americano Barack Obama, durante a cúpula do G7 na Alemanha.

Ao ser questionado se um fracasso a respeito da Grécia representaria um fracasso da Europa, o primeiro-ministro Tsipras respondeu:

– Acredito que é evidente. Seria o princípio do fim da zona do euro. Se a Grécia quebrar, os mercados buscarão imediatamente outra presa – disse, em referência a Espanha ou Itália.

Mas o chefe de Governo grego afirma que está tranquilo a respeito da possibilidade de um acordo com os credores internacionais em um futuro “muito próximo”.

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O primeiro-ministro de esquerda radical deve informar o secretariado político de seu partido nesta terça-feira à tarde sobre os progressos das negociações em uma reunião.

Tsipras participará na quarta e quinta-feira em Bruxelas de uma reunião de líderes europeus, latino-americanos e caribenhos. Ele se reunirá à margem da reunião com a chanceler alemã Angela Merkel, que está profundamente envolvida nas negociações, ao lado do presidente francês François Hollande.

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Um encontro com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, que voluntariamente desempenha o papel de facilitador nessas negociações não está excluído.

A contraproposta grega recebida nesta terça-feira em Bruxelas contempla a compra por Atenas dos títulos gregos em mãos do BCE, uma ideia apoiada há muito tempo pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, segundo uma fonte europeia.

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Como parte da ajuda aos países mais afetados pela crise da dívida, o BCE decidiu em 2010 comprar títulos soberanos gregos por um valor nominal de 27 bilhões de euros. Uma parte vence neste verão, o que deve se traduzir num reembolso de 6,7 bilhões pela Grécia.

*AFP