Em uma tentativa de impulsionar o crescimento econômico, a Grécia passou a introduzir a semana de trabalho de seis dias para alguns setores, segundo informações da Folha de S. Paulo.
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De acordo com a nova legislação, que entrou em vigor neste mês, funcionários poderão trabalhar até 48 horas por semana, ao invés de 40.
A política só vale para empresas que funcionam 24 horas por dia. Além disso, é opcional para os trabalhadores, que devem receber um complemento de 40$ pelas horas extras que farão.
A cultura trabalhista de outras partes da Europa e Estados Unidos vão contra a nova medida do governo grego, já que as semanas de trabalho de quatro dias estão cada vez mais comuns.
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De acordo com as empresas que adotam o esquema de semanas mais curtas, trabalhar menos horas tem impacto positivo na produtividade e bem-estar dos funcionários.
A evasão fiscal na Grécia é uma das razões para a nova política, segundo a emissora pública grega ERTNews. A expectativa é que a semana de trabalho com seis dias ajude a combater o trabalho não declarado.
Empresas do setor de turismo e indústria alimentar não estão inclusas na nova política.
“Favorável aos trabalhadores”
— O núcleo desta legislação é favorável aos trabalhadores e está profundamente voltado ao crescimento. [A legislação] equipara a Grécia com o resto da Europa — afirmou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, de acordo com o jornal britânico The Guardian
Os estados membros da União Europeia devem garantir um limite de 48 horas para a jornada de trabalho semanal, com inclusão de horas extras, conforme a diretriz de tempo de trabalho da união econômica.
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Onde a política se aplica?
A política se aplica a dois tipos específicos de empresas, segundo uma porta-voz do Ministério do Trabalho e Segurança Social da Grécia.
- Empresas que operam continuamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, em turnos rotativos;
- E negócios que funcionam 24 horas por dia, cinco ou seis dias por semana, também com turnos rotativos.
— Em ambos casos, a opção de jornada extra é uma medida excepcional, permitida apenas em resposta ao aumento da carga de trabalho. É importante notar que esta medida não afeta de forma alguma a semana de trabalho de cinco dias estabelecida por lei. Em vez disso, serve para atender demandas operacionais urgentes que não podem ser atendidas por meio da oferta disponível de trabalhadores especializados — disse a porta-voz à BBC.
As novas regulamentações protegeriam os trabalhadores do “trabalho não declarado ou insuficientemente declarado, e garantiriam uma compensação justa”, acrescentou o governo grego.
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Contra a maré mundial
A Grécia estaria avançando na direção oposta das outras nações, que começam a propor semanas de trabalho de quatro dias sem perda salarial desde a pandemia, além de modelos de trabalho mais flexíveis.
O teste da semana de quatro dias na Islândia, por exemplo, foi considerado um “sucesso arrebatador”, levando muitos trabalhadores a optarem por jornadas mais curtas. Segundo pesquisadores, a produtividade se manteve a mesma ou até melhorou, na maioria dos locais de trabalho.
Após um período de graves dificuldades, esta é uma tentativa do país de impulsionar o crescimento econômico.
A crise financeira global do fim da década de 2000 impactou muito as famílias gregas, que se viram afundadas em dívidas. Nos últimos anos, a Grécia voltou a crescer, após a crise obrigar o país a pedir três pacotes de resgate internacional.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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