A professora Vânia Aparecida Ribeiro, que ministra a disciplina de Língua Portuguesa do CEM Professora Maria Iracema Martins de Andrade, desenvolveu junto aos seus alunos das oitavas séries um projeto de produção textual com o tema: “Gravidez na adolescência”. Confira os textos abaixo:

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Uma só escolha

Mylena Martins, 13 anos.

Turma 804

Eu sou contra o aborto, porque uma criança não tem culpa da irresponsabilidade dos pais que, num ato impensado e movido apenas pelo prazer, não pensou nos riscos do sexo sem preservativo.

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Estamos no século 21 e precauções é que não faltam para evitar uma gravidez, bem como as DST. Têm as camisinhas, os anticoncepcionais, o DIU, entre outras. Portanto, essa jovem não se cuidou porque não quis, agora não dá para chorar o leite derramado, o jeito é assumir o filho.

No começo, a família pode não aceitar, porque ela é jovem e tem muito ainda para viver, mas com o tempo irão apoiá-la e tudo acabará se resolvendo. Caso ela não queira abortar e também não queira ficar com a criança, poderá entregá-la para adoção e essa criança poderá encontrar uma família capaz de dar-lhe o carinho de que tanto necessita.

Se agora ela está insegura quanto ao seu futuro, é porque ainda é muito jovem. Mas o tempo vai passar, e a vida se encarregará de mostrar-lhe que os erros fazem parte das nossas jornadas, mas que podem também ser aceitos, tornando a carga um pouco mais leve.

Aborto na Adolescência

Hellen da Silva Leal, 14 anos

Tallyta dos Santos, 14 anos.

Turma: 801

Uma garota que fica grávida ainda muito jovem e sem nenhuma capacidade para criar um filho teria que abortar, pois se tiver o bebê, provavelmente, não terá maturidade para criá-lo, podendo este crescer sem a presença dos pais, jogado pelo mundo.

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Na maioria das vezes, as garotas que ficam grávidas são meninas que não têm conhecimento sobre o que lhes esperam logo após ganhar a criança, afinal, elas são imaturas e não sabem como cuidar de um filho, podendo, muitas vezes, deixá- lo abandonado, sem o menor cuidado, visto que, normalmente, uma criança não está preparada para educar outra.

Sendo assim, o aborto nesse caso poderá ser o começo, uma nova chance para a garota, que cometeu um tão grave, poder, não só salvar sua vida, mas também a do bebê, que teria uma mãe irresponsável e sem competência para dar-lhe atenção, amor e carinho que um ser humano necessita. Retirar o feto antes de seu desenvolvimento é a melhor opção para uma adolescente, mas que seja de forma segura, sem causar danos à mãe.

Tenho ciência de que o aborto pode ser visto como crime, pecaminoso, ou extremamente perigoso, mas, a meu ver, pode ser a escolha mais sensata, se for feito por um médico que entenda bem do assunto.

Abortar não é a melhor opção

Vanessa Jerônimo, 14 anos.

Maria Eduarda Ferreira Schappo, 14 anos.

Turma 801

Muitas pessoas podem achar que o certo seria a jovem abortar, uma vez que ela e seu namorado são muito jovens e não têm condições de sustentar o próprio filho. No entanto, eu sou contra, pois aborto é crime e o feto, mesmo em formação, merece viver.

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Além disso, o risco não é somente do feto, mas também da mãe, que poderá perder a vida se algo der errado. Ela pode, por exemplo, ingerir algum medicamento, sem prescrição médica, provocando-lhe hemorragias até chegar a óbito. Poderá também ter o útero perfurado, infecções, infertilidade, entre outras complicações.

Por outro lado, sabemos que a garota poderá ser discriminada pela sociedade onde vive, pois é muito jovem para começar sua vida sexual e ter um filho. Mas isso, a meu ver, não justifica o aborto. Acho que se ela se antecipou, agora deverá abrir mão de sua juventude para cuidar do filho, terá que parar os estudos, pois não poderá estudar e cuidar da criança ao mesmo tempo. Sem contar que terá que trabalhar pra se manter e sustentar a criança.

Portanto, de acordo com os fatos analisados, mesmo com todos os problemas a enfrentar, sou a favor de que o jovem casal arque com as consequências, pois se ela e o rapaz não queriam que suas vidas tomassem esse rumo, deveriam ter pensado antes, já que há muitos meios de se prevenir, como, por exemplo, usando preservativos, tomando anticoncepcional, etc.

Um momento pode durar uma vida

Natália Cristina Marques, 14 anos.

Turma 804

O aborto é uma prática que traz seus prós e contras, e, inevitavelmente, sérias consequências. Sem a garantia de que tudo dará certo, desde jovens até quando adultas, as mulheres correm o risco de morte, de ficarem estéreis ou lesadas, por erros impensáveis, na busca de consertá-los.

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Um aborto mal feito, por exemplo, pode provocar complicações, tais como: infecções generalizadas, levando a mulher à morte, como também infertilidade. Sem contar com os traumas que jamais poderão ser apagados e que não são levados em consideração na hora da decisão.

Por essas razões, acredito que, se todos nós temos o direito de tomar decisões, por que então, na hora do sexo, não escolhermos o uso do preservativo, do anticoncepcional ou, em casos extremos, a pílula do dia seguinte? Com tantos meios de prevenção, acho que não há mais desculpas. Portanto, não se justifica mais aborto no mundo moderno, com os recursos contraceptivos disponíveis e muitas vezes gratuitos.

Sendo assim, é importante lembrar que para cada ação existe uma reação, e hoje o que não faltam são pessoas contando com a sorte de que “tudo dará certo”. Contudo, sabemos que nem sempre é assim, normalmente muitos problemas surgem por escolhas erradas. Por isso, não podemos pensar só no momento presente, pois o futuro faz parte, é a nossa continuidade, o qual poderá trazer marcas profundas de arrependimento, pois nem sempre na vida é possível voltar atrás.

Um ato inconsequente

Carolina Graef, 14 anos

Turma 804

Uma jovem inconsequente em uma situação como esta precisa de todo apoio dos familiares e dos amigos, pois qualquer decisão que ela tome irá mudar a vida dela para sempre. O aborto não é a solução correta, afinal, não é apenas uma vida que está em jogo, mas sim duas.

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Na “hora H”, é tudo muito bom, tudo muito fácil; os jovens, principalmente, sempre pensam que nada irá acontecer com eles. Esse casal, por exemplo, não pensou no amanhã, agora também não podem pensar em fazer injustiça, abandonar ou abortar essa frágil criança que ainda nem veio ao mundo e não tem culpa dos atos dos pais.

Agora, penso que os dois devem arcar com as consequências. Se tentarem o aborto, além de uma enorme injustiça, a vida da mãe também estará em jogo, pois um aborto, nesse caso, é ilegal e sem garantia de que dará certo. Se tentarem, e o bebê não for abortado, ele poderá nascer com alguma deficiência.

Portanto, percebemos o quão grande é a falta de responsabilidade de alguns jovens. Às vezes tem que acontecer algo assim para que eles criem responsabilidade. Por isso eles devem, sim, ter essa criança, cuidar dela, dar-lhe amor e carinho e esperar que o tempo se encarregue de “assentar a poeira”, para que sigam em frente, procurando ser uma família feliz.

Não ao aborto!

Andrielly de Brito Bittencourt, 13 anos

Turma 807

A adolescência é época de curtir a vida, namorar muito e descobrir coisas novas. Durante esse período, uma jovem descobre que está grávida e não sabe se pode ou não contar com o apoio da família e que o próprio pai do filho que ela está esperando é tão jovem e despreparado quanto ela. Aí vem a dúvida: fazer ou não o aborto? Na minha opinião, ela não deve fazer, mesmo sabendo que terá que passar por sérias dificuldades.

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Em todo o mundo, o aborto, tem aumentado nos últimos anos e, se tornado um grande problema para a saúde pública. Essa situação traz um elevado número de mortes e compromete a saúde de milhares de gestantes. O risco de infecção grave existe e pode levar à septicemia e à morte. Na verdade, o governo gasta, em UTIs, uma fortuna por ano com essas mulheres, que são submetidas a cirurgias de urgência, ocupando leitos do sistema público de saúde. O dinheiro gasto nesses casos poderia ser investido em educação e saúde para prevenir essas tragédias.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em termos gerais, foram realizados 43,8 milhões de abortos em 2008, um aumento de 2,2 milhões em relação a 2003. Segundo estimativa da OMS, no Brasil, 31% das gestações terminam em aborto e anualmente ocorrem mais de 1 milhão de abortos espontâneos e inseguros. A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2012 indica que o aborto é tão comum no Brasil que ao completar 40 anos, mais de uma em cada cinco mulheres já o fez.

Portanto, pelas razões acima observadas, recorrer ao aborto para se livrar de um problema, como se percebe nos dados acima, traz a quem quer que seja mais prejuízos do que lucros. Assim, se essa jovem não puder contar com a ajuda de ninguém, assim mesmo deverá ter o filho, nem que seja para entregá-lo a adoção.