Metade das mulheres que eram consideradas inférteis devido à obesidade conseguiu engravidar sem necessidade de fazer nenhum tratamento depois da cirurgia para redução de estômago, conforme um estudo canadense. Porém, 23% das mulheres que engravidaram antes de completar um ano da operação apresentaram problemas que levaram à perda do bebê. A conclusão é de outro estudo, este do Centro de Obesidade Mórbida do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Continua depois da publicidade

– Se a mãe estiver com níveis muito baixos de ácido fólico (vitamina B9), isso pode resultar em baixo peso e na malformação da coluna do recém-nascido – explica a endocrinologista Jacqueline Rizzolli, que coordenou a pesquisa.

Segundo a médica, o grande risco para as futuras mães que fizeram a gastroplastia está na perda de peso causada pelo menor consumo de alimentos e nutrientes – 54% das pesquisadas apresentaram alguma forma de deficiência vitamínica.

– Com uma alimentação restrita após essas cirurgias, é fundamental que as gestantes sejam acompanhadas por um obstetra e por um nutricionista preparados para atender pacientes que fizeram a operação – diz a médica Silândia Freitas, que acompanha gestações de alto risco.

Almino Cardoso, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, afirma que o tempo de adaptação evita as complicações no aparelho digestivo. Esses distúrbios foram diagnosticados em cerca de 8% dos casos de gastroplastia, conforme estudo inédito do Centro Médico Ben Gurion, feito com 435 mães em Israel.

Continua depois da publicidade