Na série de reportagens sobre o Dia das Mães, vamos conhecer a história de Viviane de Melo Martins Ceza. A catarinense engravidou aos 39 anos, em novembro de 2020. A gravidez não foi planejada, e aconteceu logo depois de uma mudança de rumos na vida da gerente de produtos de tecnologia:

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– No fim de 2019, nosso plano (ela e o marido, Cláudio) era fazer uma longa viagem de bicicleta. Parei de trabalhar, e queríamos rodar alguns países. Com o começo da pandemia esses planos foram adiados: achamos que faríamos a viagem em abril, depois em agosto, mas a pandemia não foi embora. 

— Aceitei uma proposta de trabalho em outubro, e dias depois descobri a gravidez. Não foi planejado, mas não estávamos evitando. Eu, com 39 anos, usando anticoncepcional a vida toda, queria dar uma pausa, mas já não acreditava que engravidaria naturalmente – conta ela.

Viviane diz que sente medo da possibilidade de se contaminar com o coronavírus.

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– Estamos desde novembro isolados, fazendo o mínimo fora de casa. Saio para o pré-natal, exames e só. Dá um pouco de solidão também. Meu marido e eu somos supercompanheiros, mas estamos há muito tempo sem receber visitas. Família e amigos fazem muita falta. É difícil compartilhar a gravidez on-line com a mesma alegria – diz a mamãe.

O medo da contaminação levou Viviane a tomar uma decisão: vai fazer o parto em casa, para não se expor durante a internação em um hospital.

– Já tinha algumas informações sobre o número absurdo de cesáreas no Brasil e falei com a obstetra desde o começo que queria tentar parto normal. As poucas vezes que precisei ir a hospitais durante a pandemia, tive experiências ruins: via gente circulando na recepção, uso de máscara de qualquer jeito, as pessoas pareciam relaxadas demais. 

— Começamos a amadurecer a ideia do parto em casa e procuramos um grupo de parto natural. Ficamos tranquilos e optamos pelo parto em casa – comenta.

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Duas profissionais vão acompanhar o parto: uma doula e uma enfermeira obstetriz. Viviane está se preparando desde já para esse momento.

– Para reduzir complicações, fiz todos os exames e suplementação nutricional. Também estou fazendo yoga para ajudar a posicionar o bebê e melhorar o controle pélvico, da dor e respiração.

Não foi só o parto, claro, que foi impactado pela pandemia de coronavírus: como no caso de outras mulheres entrevistadas pela reportagem, a Covid-19 interferiu em outros momentos e rituais da gravidez, conta Viviane:

– Não fomos às festas de fim de ano, não fizemos chá de fralda, e as compras de enxoval são todas pela internet. Confesso que é bem chato: parece trabalho ter que fazer a lista e comprar on-line. Não dá para ver na mão, ter ideia de tamanho… Mas o lado bom é economizar: tudo é planejado, não tem o impulso da compra.

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E ela complementa:

– Até agora deu tudo certo. Não pegamos Covid-19, Aurora está bem, e não vemos a hora de ela chegar. Tem outra vantagem: meu marido vai seguir em home office depois do parto, o que vai ser maravilhoso para mim e para nossa filha. Ela vai poder conviver com ele muitos mais do que nós convivíamos com os nossos pais – conclui.