A professora Flávia Godinho Mafra, morta em 2020 em um crime brutal, foi homenageada em Canelinha, na Grande Florianópolis, dando nome a uma nova escola do município. Ela estava grávida e foi assassinada por outra mulher, que queria roubar seu bebê. A acusada foi condenada em 2021 a 56 anos de prisão.

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A homenagem ocorreu no começo de fevereiro, quando a escola, no bairro Cobre, foi inaugurada pela prefeitura de Canelinha. A instituição receberá cerca de 250 alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.

— Esta entrega tem uma enorme representatividade, e é uma grande homenagem à professora Flávia Godinho Mafra, sem sombra de dúvidas, uma pessoa que nos ensinou muito em um curto período de vida, sempre com um sorriso no rosto e um amor inexplicável por lecionar — afirmou a secretária de Educação, Fernanda Dias Jacintho.

A prefeitura também compartilhou uma homenagem feita à Flávia. Destacou a simpatia e o amor pela educação.

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Professora que foi assassinada e teve bebê roubado em SC é homenageada em nome de escola
Flávia era professora e foi brutalmente assassinada em 2020 (Foto: Prefeitura de Canelinha, Divulgação)

— Como professora, nos deixou inúmeros exemplos: o respeito por todos que encontrava, o amor pelas crianças e a simplicidade como a forma mais encantadora de encarar a vida. Homenageamos uma grande mulher, que nos deixou um legado de amor e respeito ao próximo — diz a nota.

Relembre o caso

Flávia estava grávida de 36 semanas quando foi atraída a uma cerâmica desativada pela acusada. Lá, a mulher golpeou a vítima com tijolos até deixá-la inconsciente. A grávida ainda estava viva quando a acusada cortou a barriga dela para retirar o bebê.

Depois disso, os objetos da cena do crime foram escondidos na casa da acusada, que colocou o corpo em um antigo forno da cerâmica desativada. A recém-nascida foi levada pela acusada e pelo marido até o hospital da região. Ela alegou que teve um parto espontâneo.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o objetivo da ré era pegar o bebê e criá-lo como se fosse seu filho. 

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A mulher foi condenada a 56 anos e dez meses de prisão em regime, inicialmente, fechado, em um julgamento que durou mais de 15 horas. Ao todo, sete pessoas foram ouvidas entre amigos e pessoas que atuaram no caso, que ficou conhecido como Grávida de Canelinha. A ré também prestou depoimento.

Ela foi condenada pelos crimes de homicídio qualificado — feminicídio, motivo torpe, mediante emboscada e por impossibilitar a defesa da vítima —, tentativa de homicídio e mais quatro crimes conexos — ocultação de cadáver, fraude processual, subtração de menor e parto suposto. Além disso, os jurados também acataram, na tentativa de homicídio, o fato de ter sido praticado sem dar chances à vítima. 

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