Uma grande marcha colorida e festiva dará início nesta terça-feira em Montreal ao Fórum Social Mundial (FSM), cuja 12ª edição acontece pela primeira vez em um país rico.

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O número de intelectuais será menor na capital de Quebec do que nas grandes reuniões de Porto Alegre, onde foi celebrado o primeiro FSM, en 2001. Os organizadores, contudo, negam uma estagnação do movimento.

“É difícil dizer que os foros sociais mundiais se estagnaram, eu noto uma vitalidade crescente”, com foros locais e regionais, comentou Carminda Mac Lorin, coordenadora do FSM de Montreal.

Os objetivos também mudaram ao longo dos anos, e da luta contra a globalização se passou a questões que não diferenciam entre ricos e pobres nem entre sociedades, como a luta contra a evasão fiscal, o aquecimento global e a acolhida de refugiados que fogem de conflitos.

“É preciso superar o racha entre o norte e o sul […], as desigualdades sociais aumentam em todas as partes”, afirmou Raphaël Canet, outro dos organizadores desta edição.

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O ativista brasileiro Chico Whitaker, co-fundador do FSM, ressaltou a necessidade de encontrar soluções para problemas que são idênticos em qualquer lugar do mundo.

“Os problemas que vivemos no terceiro mundo são vividos da mesma maneira nos países industrializados”, afirmou nesta segunda-feira Whitaker, ex-membro do Partido dos Trabalhadores e agora comprometido com causas ambientais.

Os debates sobre o aquecimento global acontecerão nos seis dias de duração do fórum, incluindo uma conferência da ativista canadense Naomi Klein. Os milhares de participantes também irão discutir os fluxos migratórios, as desigualdades de renda -tema recorrente do FSM-, e a economia solidária, entre outros temas.

O FSM foi realizado neste ano em Montreal -pela primeira vez em um país, Canadá, membro do G7-,devido à presença de uma sociedade civil ativa e militante, segundo os organizadores.

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No entanto, como acontecia em edições anteriores, a participação é fundamentalmente regional, devido aos custos de deslocamento e alojamento para os visitantes estrangeiros.

* AFP