A Grande Florianópolis registrou a segunda maior taxa de ocupação de UTIs adulto desde o início da pandemia. Segundo o painel de leitos do governo do Estado, a região tinha 94% de leitos utilizados até o fim da manhã desta terça-feira (23). Eram apenas 13 vagas entre os 217 espaços de terapia intensiva existentes nos hospitais locais.

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O percentual de ocupação só fica atrás do registrado em 9 de dezembro, quando havia 96% de ocupação nos leitos adultos de UTI. Na ocasião, a região chegou a ter apenas oito leitos vagos. Na semana passada, a região já havia registrado 93,1% de ocupação nos leitos adultos.

Os dados são dos boletins diários e do painel de leitos divulgados pelo governo do Estado e consideram vagas para pacientes adultos. A ocupação geral, que leva em conta também leitos pediátricos e neonatais, estava em 89% nesta terça-feira na Grande Florianópolis, com 30 leitos vagos, segundo o painel de leitos.

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Antes de dezembro, quando Santa Catarina também registrou o maior número de internações da pandemia, o período mais crítico em todo o Estado havia sido entre o final de julho e o início de agosto. Foi neste período, em 24 de julho, que o Estado passou a divulgar a ocupação específica dos leitos adultos nas regiões.

Mesmo nesses períodos, no entanto, a ocupação de leitos adultos não chegou à casa de 90% na Grande Florianópolis, segundo os dados dos boletins diários estaduais.

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O número de internações em UTIs vem aumentando na região nas últimas semanas. A ocupação passou de 67% para 88% em apenas um mês até a semana passada, e continuou em alta.

A situação foi discutida em conversa entre prefeitos da região. Nesta terça (23), uma reunião de prefeitos de cidades de todas as regiões e o governador Carlos Moisés (sem partido) definiu medidas como reforço na fiscalização para tentar conter o contágio e reduzir a pressão sobre as vagas de terapia intensiva do Estado.

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Hospitais relatam colapso e cenário caótico

No total, seis hospitais da Grande Florianópolis não tinham leitos de UTI adulto disponíveis nesta terça, segundo o sistema do governo do Estado: Hospital Florianópolis, Celso Ramos, Nereu Ramos, Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Regional de Biguaçu Helmuth Nass e Universitário.

A situação já provocou manifestações de hospitais de Florianópolis e região. O Hospital Celso Ramos, na Capital, enviou um documento à Secretaria de Estado da Saúde na segunda-feira no qual a diretora-geral da instituição descreve o cenário como “caótico”, informando que a emergência para Covid-19 operava com capacidade máxima de pacientes em ventilação mecânica, que aguardam vaga de UTI.

O Hospital Florianópolis também enviou documento ao Estado relatando a situação atual do atendimento. Segundo a direção, a unidade “encontra-se em estado de colapso”, sem condições de fornecer o atendimento devido com a capacidade instalada atual. A instituição pede o fechamento do serviço de emergência, que poderia permitir abrir mais vagas. Ainda não houve resposta do Estado.

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Hospitais particulares também relatam lotação e anunciam medidas

A situação continua crítica também nos hospitais particulares da Grande Florianópolis. O SOS Cardio, que já tinha todos os 32 leitos de UTI ocupados na semana passada, informou em comunicado na segunda-feira (22) que segue com todos os leitos de UTI e também de internação ocupados. Por conta disso, a unidade suspendeu as cirurgias eletivas. A mesma medida foi anunciada também pelo governo do Estado para tentar assegurar mais vagas de terapia intensiva.

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O Hospital Unimed também informou continuar com todos os leitos de UTI para pacientes com Covid-19 ocupados, a exemplo do que já ocorria na semana passada. O Hospital Baía Sul não informa o total de leitos, mas divulgou ter 20 pacientes em UTI com suspeita ou confirmação de Covid-19 e outros 25 internados em vagas de enfermaria.

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