Um escândalo ocorrido nos Estados Unidos em 2012 contém os elementos que costumam fazer governos americanos criticarem outros países por terem democracias precárias.
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O Departamento de Justiça americano obteve o registro das ligações que saíram de mais de 20 linhas telefônicas da agência de notícias Associated Press (AP) entre abril e maio do ano passado.
Gary Pruitt, da AP, definiu o caso, que veio à tona na última semana, como “intrusão inédita e massiva” no trabalho da agência. Cerca de cem jornalistas usam as linhas monitoradas pelo governo nas redações de Washington, Nova York e Hartford e na sala de imprensa da Câmara dos Deputados. Pruitt enviou carta ao procurador-geral dos EUA, Eric Holder, protestando contra o caso e pedindo que os registros sejam destruídos.
Holder negou participação no episódio e disse se tratar de um assunto “muito grave”, que “põe os americanos em risco”.
– Sou procurador desde 1976, e essa é uma das infrações mais graves que já vi. Foi um vazamento muito, muito sério. Tentar determinar quem é responsável por isso, acho, requer uma ação muito agressiva.
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Acredita-se que a iniciativa esteja relacionada a investigação sobre uma matéria da AP. O texto revelava detalhes de uma operação da CIA no Iêmen que conseguiu evitar um atentado a bomba da rede Al-Qaeda em um avião com destino aos EUA em maio de 2012. O episódio levantou questões sobre o modo como o governo do presidente Barack Obama está balanceando a necessidade de segurança nacional com os direitos de privacidade.