Grã-Bretanha e Alemanha garantiram nesta quinta-feira em Bruxelas que pretendem isolar financeiramente o regime iraniano, num momento em que se intensifica a crise diplomática entre Irã e Grã-Bretanha após os saques da sede da representação britânica em Teerã.

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– Estou certo de que aprovaremos (nesta quinta-feira) uma série de medidas e, sobretudo, nos focaremos no setor financeiro (iraniano) – disse aos jornalistas o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, à margem de uma reunião com seus homólogos da UE na qual deverão adotar novas sanções contra Teerã por seu programa nuclear.

As sanções constituirão “uma intensificação da pressão econômica sobre o Irã”, disse Hague.

A cúpula ocorre em um contexto de crise diplomática entre Irã e Grã-Bretanha, após o saque na terça-feira da sede da representação britânica na capital iraniana, que provocou raivosos protestos internacionais.

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Os manifestantes exigiam o fechamento da missão britânica, em represália pelas sanções adotadas na semana passada pela Grã-Bretanha, em conjunto com Estados Unidos e Canadá, para tentar obrigar o Irã a renunciar ao seu programa nuclear, que as potências ocidentais acusam de ter objetivos militares.

A Grã-Bretanha fechou na quarta-feira sua embaixada em Teerã e exigiu o fechamento em um prazo de 48 horas da representação diplomática do Irã em Londres.

– Trata-se de secar o setor financeiro do Irã – disse nesta quinta-feira o ministro alemão, Guido Westerwelle.

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Após um informe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que reforça a suspeita de uma “possível dimensão militar” do programa nuclear iraniano, os chefes da diplomacia europeia decidiram aumentar as sanções contra Teerã.

Os ministros preveem nesta quinta-feira acrescentar em sua lista negra 143 novas empresas e organizações iranianas, e 37 pessoas, que terão seus bens congelados e terão proibido o visto para viajar a países da União Europeia.

Um dos temas mais polêmicos que estão na mesa de negociações é a opção de um embargo às importações de petróleo iraniano, sobretudo porque muitos países da União Europeia dependem em grande medida do petróleo do Irã.

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“É uma discussão que está na etapa final”, disse a ministra espanhola, Trinidad Jiménez. Agora devemos decidir “em que momento seriam aplicadas estas sanções, a partir de quando entrariam em vigor e em que medida poderiam afetar a importação” de petróleo.

A ministra espanhola admitiu que “alguns países têm interesses comerciais e interesses petroleiros no Irã”. No entanto, assegurou que “pode ser tomada uma decisão que seja por um lado uma mensagem forte, de dureza em relação ao Irã (…) mas por outro lado devemos preservar os interesses econômicos que temos em alguns países”.

Segundo dados da Comissão Europeia, a UE importou em 2010 5,8% de seu petróleo bruto do Irã, equivalente a 30,3 milhões de toneladas.

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Segundo a Comissão Europeia, com 14,6% a Espanha é o país que mais depende das importações iranianas, seguida da Grécia (14%) e da Itália (13,1%).