Tradicionalmente, o circuito de Suzuka define ou encaminha o título do Mundial de Fórmula 1. Isso porque, historicamente, o Grande Prêmio do Japão foi sempre a última ou penúltima prova da temporada. Foi lá que Ayrton Senna conquistou seu tricampeonato e realizou os mais célebres embates de sua carreira com o francês Alain Prost.

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Este ano, porém, ainda terá mais quatro etapas até o final da competição – Rússia, Estados Unidos, Brasil e Emirados Árabes Unidos. Ainda assim, quem vence na difícil pista de Suzuka tem grandes chances de ficar com o caneco. Das 25 provas disputadas desde 1987 – apenas 2007 e 2008 o GP foi disputado em Fuji -, 14 vencedores ficaram com o título mundial. Um número respeitável.

E como a disputa está acirrada em 2014 entre Lewis Hamilton, que tomou a ponta do Mundial de pilotos após vencer em Cingapura e ver seu companheiro Nico Rosberg abandonar a prova com problemas no carro, vencer no circuito japonês pode ser um bom presságio para o resto do campeonato.

Com apenas três pontos separando os dois pilotos da Mercedes – 241 a 238 em favor do inglês -, o embate em terras nipônicas tem tudo para rememorar a última vez que dois pilotos de uma mesma equipe monopolizaram um Mundial e rivalizaram até o último momento, como Senna e Prost no fim dos anos 80 pela McLaren ou com o francês na Ferrari. Cada um levou um campeonato (entre 1989 e 1990) após batidas, polêmicas e discussões.

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Em 1989, Senna e Prost se tocaram, o francês abandonou, enquanto o brasileiro se recuperou, venceu a corrida, mas acabou desclassificado por cortar a chicane na colisão e a taça ficou com o francês. No ano seguinte, logo na largada, Prost assumiu a ponta com sua Ferrari, mas foi tocado por Senna e ambos abandonaram, ficando o título para o brasileiro.

Ano de polêmicas e um tabu pela frente

Em 2014, as polêmicas rondam a dupla da equipe prateada. Em Mônaco, o inglês havia desconfiado de um possível erro proposital de Rosberg na disputa pela pole, que ficou com o alemão. Na Alemanha, a não-entrada de um safety-car após batida do alemão Adrian Sutil despertou a desconfiança do inglês.

No GP da Hungria, ordem da chefia para Hamilton dar lugar a Rosberg foi ignorada pelo piloto e motivo de críticas pelos veículos especializados. Na Bélgica, o toque e o início de uma guerra declarada. Líder da prova, Hamilton chocou-se com Rosberg, que vinha em segundo com tudo para assumir a ponta. Prejuízo para o inglês, que abandonou a prova posteriormente.

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Um dado curioso apimenta essa prova: tanto Hamilton quanto Rosberg não têm desempenho positivo em Suzuka. A melhor posição do inglês foi um terceiro lugar em 2009 – venceu em 2007, mas a prova foi disputada em Fuji. Já Rosberg conseguiu, no máximo, um quinto lugar em 2009.

A partir das 3h da manhã deste domingo, uma prova que promete muitos embates, em uma pista com poucas áreas de escape, curvas velozes e que não permitem erro. E quem vencer se aproxima do caneco.