O governo venezuelano vinculou nesta terça-feira o líder opositor Leopoldo López com um suposto plano para “derrubar” o presidente Nicolás Maduro, pelo qual um homem foi preso.
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Além de López, em prisão domiciliar, o governo de Maduro envolveu o ex-policial Óscar Pérez, que de um helicóptero atacou com granadas a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em Caracas, em junho.
O vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, disse que as autoridades detiveram o “operador” do complô, Manuel Chacín, suposto membro do partido Vontade Popular, fundado por López, com sete artefatos explosivos.
“Apontavam que ia realizar atos para deixar sem eletricidade diferentes zonas do país. Além de gerar um mal estar em serviços bancários, como a obtenção de dinheiro em espécie em caixas eletrônicos, no serviço de água e combustível”, assegurou o vice-presidente em emissora de rádio e televisão.
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Segundo o funcionário, Chacín se comunicava por mensagem de texto com Pérez para planejar essas ações e a “derrubada”, e fazia ligações para López.
El Aissami mostrou um vídeo em que Chacín afirma que “a ordem era desativar caixas eletrônicos (…), atacar os postos (de gasolina) cortando as mangueiras para conseguir uma explosão social”.
De acordo com o vice-presidente, o suspeito foi intimado a depor por homicídio e roubo.
O Vontade Popular negou em comunicado que Chacín fizesse parte de suas fileiras.
“É mentira que nosso coordenador nacional(…) Leopoldo López tenha feito ligações ou qualquer contato com este jovem, que é muito provável que, assim como outras tantas vítimas e presos da ditadura, tenha sido torturado e forçado a confissões manipuladas”, assinala o texto.
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Durante as últimas semanas, na Venezuela tem havido uma dura escassez de dinheiro em espécie, que especialistas atribuem à elevada inflação e à pouca disponibilidade de cédulas que entraram em circulação no fim de 2016.
Também houve falta de gasolina em algumas zonas, que o governo relaciona com atrasos nos pagamentos de importações pelas sanções dos Estados Unidos.
Maduro, que entre abril e julho enfrentou uma onda de protestos que deixou 125 mortos, vinculou na segunda-feira os Estados Unidos com o suposto plano de sabotagem.
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O governo denuncia com frequência planos para derrubar ou assassinar o presidente, dos quais culpa a oposição.
Em 27 de junho, Pérez e outros homens não identificados sobrevoaram Caracas em um helicóptero da polícia forense e lançaram quatro granadas contra o TSJ e dispararam contra a sede do Ministério do Interior, sem deixar vítimas.
* AFP