A lama com os rejeitos de minério de ferro da barragem da Vale que rompeu na última sexta-feira (25) em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), deve chegar à usina hidrelétrica de Três Marias, no rio São Francisco, entre os dias 15 e 20 de fevereiro.

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A previsão consta em um boletim de monitoramento do rio Paraopeba divulgado nesta segunda pelo CPRM (Serviço Geológico do Brasil), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

O rio Paraopeba, que passa por Brumadinho e carrega a lama com os rejeitos, é um dos principais afluentes do São Francisco.

Antes de chegar à Três Marias, usina administrada pela Cemig, a lama, que se desloca a 1 km/h, deve passar pela região de São José da Varginha nesta terça-feira e pela hidrelétrica de Retiro Baixo, operada por Furnas, entre 5 e 10 de fevereiro.

É a primeira vez que a informação de que a lama chegará ao São Francisco, que se baseia nas condições verificadas pelos pesquisadores no final da manhã desta segunda, é divulgada por um órgão governamental. As previsões serão atualizadas diariamente.

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No domingo, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, chegou a afirmar que a probabilidade da lama alcançar o São Francisco era reduzida. Segundo ele, a expectativa era que a chegada dos rejeitos à usina de Retiro Baixo amortecesse o escoamento da lama.

Governo de Minas mapeará produtores rurais afetados pelo rompimento da barragem

O governo de Minas Gerais anunciou nesta segunda-feira o início de um levantamento do número de produtores rurais e das áreas de atividades agropecuárias afetadas após o rompimento da barragem da mineradora Vale. Dados preliminares indicam que, no caso de Brumadinho, o território atingido pela lama é voltado principalmente para o plantio de hortaliças.

O mapeamento envolverá outros 19 municípios mineiros próximos ao Rio Paraopeba, localizados no trecho que pode ser alcançado pelos rejeitos. São eles: Betim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Igarapé, Inhaúma, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompeu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha.

O trabalho será conduzido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). De acordo com nota divulgada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), que é vinculada à Seapa, estão previsas visitas aos produtores, que receberão orientações baseadas em dados das análises do solo e da água do rio.

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O uso de caminhões-pipa para atender animais será avaliado. Também deverá ser realizado um levantamento dos produtores atingidos que obtiveram crédito rural recentemente.

"Dependendo da necessidade, a secretaria poderá solicitar aos bancos uma prorrogação do pagamento pelos produtores rurais", informa o comunicado da estatal.