Após as cenas de aglomeração em praias, ruas e casas noturnas registradas no último fim de semana, o Governo de Santa Catarina pediu que as forças de segurança intensifiquem as ações de fiscalização nas cidades. O governo também tem feito apelos à população para que respeite o distanciamento e promete investir em campanhas de conscientização.
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Nesta semana, a reunião do Centro de Operações de Emergência em Urgência (Coes) debateu medidas legais cabíveis e maneiras mais rígidas para lidar com aglomerações imprudentes. Participaram da reunião conselhos estaduais, federações e representantes de todas as associações e instituições de Santa Catarina. No entanto, não foram divulgadas ações concretas.
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), houve um apelo às forças de segurança, entre as quais Polícia Militar e guardas municipais, para que reforcem as ações para combater as aglomerações.
O secretário da pasta, André Motta Ribeiro, declarou, após o encontro, que o governo vai “aumentar a fiscalização e vigilância de todos os regramentos e portarias construídas, junto aos gestores municipais”, além de reforçar “a necessidade de entendimento da sociedade quanto ao momento que passamos”.
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— Estamos estruturando algumas campanhas de conscientização, pois em qualquer cenário é preciso que o povo catarinense faça também sua parte —completou Motta Ribeiro.
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Dentro da secretaria, a preocupação é que o desrespeito às regras de distanciamento acarrete em um aumento ainda maior de casos de coronavírus no Estado. A chegada do verão, com a procura de turistas pelas praias catarinenses, é fator de alerta. Apenas nesta quinta-feira (15), Santa Catarina registrou 1,5 mil novos casos de Covid-19. Entre infectados pelo vírus e ainda em tratamento, há 7.501 pacientes.
No entanto, o apelo por mais fiscalização esbarra nas dificuldades enfrentadas pela Polícia Militar para conciliar atendimentos de rotina às ações de combate à Covid-19. No feriadão de 12 de outubro, após registros de aglomeração na Praia do Rosa, em Imbituba, a prefeitura da cidade chegou a reconhecer que mesmo com o reforço no efetivo da Polícia Militar e com os fiscais municipais de prontidão, o número de pessoas envolvidas na operação era insuficiente para evitar as aglomerações.
O subcomandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Marcelo Pontes, afirma que o trabalho de fiscalização das medidas sanitárias ocorre “dentro do possível”, já que a ação dos policiais continua também voltada a ações de rotina.
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—A fiscalização em relação à Covid-19 é mais uma atribuição da PM, que desenvolve dentro do possível, conforme o andamento das ocorrências. Não há como priorizar uma coisa ou outra — comenta.
Ele destaca que as ações da PM voltadas à pandemia já duram 213 dias, com mais de 250 mil fiscalizações realizadas e 8,9 mil ocorrências atendidas relacionadas a denúncias. Foram 2,1 mil termos circunstanciados lavrados e 2 mil infrações de medidas sanitárias constadas até o momento.