Vinte atletas que atuam ou nasceram em Santa Catarina ganharam medalhas no Pan do Rio de Janeiro. Quinze subiram no lugar mais alto do pódio. Outros deram o último gás para romper a linha de chegada, mostrando ao Brasil a força do esporte catarinense. Mas na segunda-feira, o governador Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis, apenas oito receberão premiação em dinheiro numa iniciativa do governo estadual para incentivar os atletas do Estado, num total de R$ 98 mil.

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O que deveria ser uma festa e um incentivo provocou críticas e revolta de atletas, principalmente daqueles que nasceram em Santa Catarina. O decreto ainda não foi publicado no Diário Oficial e está apenas no papel. A informação que o governo estadual iria premiar todos os atletas de Santa Catarina – nascidos ou que atuam por aqui – chegou truncada.

Alguns que desembarcaram depois da conquista pan-americana chegaram a comentar sobre o dinheiro extra. Mas nem todos terão direito. O governo irá premiar apenas aqueles que estão federados no Estado, ou seja, que possuem registro nas federações estaduais. Outro critério que enxugou ainda mais a lista foi o de que dos federados apenas aqueles que estão há mais de três anos em terras catarinenses poderão receber a quantia em dinheiro.

A escala de valores varia conforme a classificação no Pan. Para quem foi ouro o valor é de R$ 10 mil. Para a prata, o governo pagará R$ 5 mil e bronze R$ 3 mil. Da lista saem atletas como a maratonista Márcia Narloch, jogadores de futsal do Joinville, como Rogério e Simi, além de Ciço, o único catarinense da trupe de Falcão que ganhou o ouro com tranqüilidade no Pan.

O presidente da Fundação Estadual de Esporte (Fesporte), Carioni Pavanello, argumenta que a premiação em dinheiro faz parte do processo de valorização das federações estaduais. Explica ainda que o critério do atleta ser federado e que resida no mínimo três anos no Estado está baseado no artigo 6º do decreto 3.115/05 da Lei do Fundo de Incentivo ao Esporte (Fundesporte).

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– Também vamos adotar os mesmos critérios para quem trouxer medalha no Parapan. Teremos ainda mais sucesso porque Santa Catarina é Cuba em eventos paradesportivos – diz Pavanello, que mostrou descontentamento com as críticas sobre os critérios da premiação.