O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, negou no início da noite desta segunda-feira que o governo pretenda militarizar a Amazônia.

Continua depois da publicidade

– Não temos nenhuma intenção de militarizar a Amazônia, mas queremos contar com a ajuda das Forças Armadas, que exercem um grande número de funções civis e estão intimamente comprometidas com a vida e com os problemas da população da região – disse Unger.

Responsável por coordenar, além do Plano Amazônia Sustentável (PAS), o Plano Estratégico de Defesa Nacional, Mangabeira afirma que a premissa de ambos os planos é a reafirmação da soberania nacional e que a região amazônica tem que ser ocupada com atividades sustentáveis. O ministro declarou que se a população amazônica não tiver oportunidades econômicas, será impelida para ações desordenadas, que levarão ao desmatamento da floresta e à destruição do bioma. Unger sugere que o atual modelo de povoamento, com grandes espaços desocupados, representa um risco à proteção da região.

– Temos consciência de que assim como o problema ambiental não pode ser equacionado sem estratégia de desenvolvimento, o problema da Defesa (Nacional) também não. Sem desenvolvimento não há estruturas produtivas e sociais organizadas. Uma vasta área sem estruturas produtivas e sociais organizadas é difícil de defender – afirmou.

Unger defende a construção de um regime tributário e regulatório que “faça a floresta em pé valer mais que derrubada”. Segundo o ministro, isso exigirá tecnologia apropriada para o manejo da floresta tropical e a organização de serviços ambientais avançados, e aponta a urgência de novas formas de gestão florestal, para que as concessões às grandes empresas não sejam a única forma de manejo e estímulo para as indústrias que produzam tecnologia apropriada para a região.

Continua depois da publicidade