O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira que “abrirá uma investigação” contra o canal de televisão americano de notícias CNN em espanhol – ao qual chamou de “terrorista” – alegando “a difusão de supostas falsas informações” sobre saques e violência.

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“Por ocasião dos recentes fatos (…) mediante os quais o canal de televisão estrangeiro CNNE (CNN em espanhol) difundiu supostas falsas informações a respeito de supostos saques e violência na cidade de Maracay, a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) iniciou um processo administrativo” por “supostas falsas e graves informações”, destacou a Conatel em um comunicado.

Embora o comunicado não dê detalhes sobre o alcance ou o tipo de sanção, em 2014 o canal colombiano de televisão NTN24, exibido na Venezuela por assinatura, foi tirado do ar após ser criticado pelas autoridades.

O ministério da Informação venezuelano, por sua vez, destacou em um duro comunicado publicado nesta sexta-feira que “uma vez mais o canal de televisão CNN mente sobre a Venezuela e justifica pela via do ‘erro humano’, do ‘equívoco’, sua linha editorial destinada a atentar contra a paz do povo venezuelano”.

Para Caracas, a CNN participa de “uma campanha orquestrada, criminosa, terrorista que o recurso audiovisual usa para enganar e incitar a violência, tudo o que podemos demonstrar de forma fidedigna com provas irrefutáveis de cada um dos casos”.

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O ministério da Informação mencionou entre suas críticas à CNN a suposta incitação ao ‘magnicídio’ contra o falecido presidente Hugo Chávez, em 2007, e outro caso de suposta violência em Maracay durante protestos de 2014 que sacudiram várias cidades da Venezuela e deixaram 43 mortos.

A CNN em espanhol admitiu nesta sexta-feira, através do Facebook, ter cometido um engano ao informar sobre supostos atos violentos na cidade de Maracay (centro).

“Na quinta-feira, no programa Encuentro, colocamos no ar um texto por engano que falava de tentativa de saques na cidade de Maracay. A CNN não tem informação de que na quinta-feira tenha ocorrido qualquer saque em estabelecimentos na Venezuela. Foi um engano que temos que admitir”, afirmou a empresa americana no perfil do programa Encuentro.

Desde o ano passado, o próprio Maduro acusou a CNN em Espanhol de “não ter equilíbrio” e de ser um “laboratório de mentiras e de guerra psicológica contra a Venezuela”, pedindo à justiça do seu país para agir.

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* AFP