O governo Lula (PT) confirmou nesta segunda-feira (5) detalhes do programa que vai dar descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço final de carros zero quilômetro de até R$ 120 mil. O pacote também vai beneficiar a compra de caminhões, ônibus e vans novos. O custo total está previsto em R$ 1,5 bilhão. Como medida de compensação, a gestão federal já prevê aumentar os impostos sobre o diesel.

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Em 90 dias, será retomada a cobrança de R$ 0,11 dos R$ 0,35 de tributos que seriam aplicados no diesel só a partir do próximo ano. Atualmente, o combustível tem impostos federais zerados, o que foi prolongado por Lula após ter sido aplicado pela gestão Jair Bolsonaro (PL).

— Isso vai colaborar para tirar a pressão inflacionária de 2024, o que é bom para o horizonte de tempo de planejamento mais longo — disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que divulgou detalhes do programa do carro popular junto do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A reoneração parcial do diesel para esse ano irá fechar o preço do pacote para o governo, sem espaço para o recolhimento de tributo auxiliar nas contas da União em 2023.

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Descontos nos veículos

Os descontos nos veículos, que irão de 1,6% a 11,6% do valor oferecido ao consumidor final, serão aplicados com base nos critérios já divulgados: veículos mais baratos, menos poluentes e com maior densidade de produção local pela indústria. As marcas que concederem o desconto contarão, em contrapartida, com pagamento via crédito tributário junto à União, novidade revelada agora.

Do custo total do programa, R$ 500 milhões servirão para a parcela voltada aos carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans. De acordo com Haddad, o programa se encerra quando for alcançado o crédito de R$ 1,5 bilhão.

De acordo com Alckmin, para conseguir o desconto, donos de caminhões, vans e ônibus, com créditos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, terão de comprovar que estão tirando de circulação veículos com mais de 20 anos de uso.

— Esperamos que daqui a poucos meses os juros caiam e o crédito fique mais acessível — disse o vice-presidente.

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Já o ministro da Fazenda declarou que o programa automotivo vai estimular a competição entre as montadoras por mais descontos. Ele ainda avaliou que o segmento voltado a caminhões, ônibus e vans irá aumentar a demanda por esses veículos e retirar das ruas automotores velhos.

— Vai criando um círculo virtuoso — disse Haddad.

Alckmin destacou que o preço de caminhões e ônibus encareceu após a exigência pelo motor Euro6 passar a valer.

— Esse novo é muito melhor do ponto de vista ambiental, mas ele encareceu o caminhão e ônibus de 15% a 30%, parou a venda — disse.

Com informações de Amanda Pupo e Eduardo Rodrigues, do Estadão Conteúdo.

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