O governo não vai retomar as negociações com o PR enquanto a bancada no Senado mantiver a postura de oposição tomada na quarta-feira. A informação é do líder do governo no Senado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que se disse ter sido “surpeendido” pelo anúncio da bancada de sair da base aliada.
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– Não dá para conversar nesses termos (ir para oposição por tratamento dispensado ao partido pelo Executivo). Estamos nos esforçando, mas com o clima posto pelos senadores (do PR), eu não tenho mais autoridade para continuar com essas tratativas – disse o líder.
Eduardo Braga acrescentou que conversou com o líder do partido, Blairo Maggi (MT), na quarta-feira pela manhã e acabou sendo surpreendido pela postura da bancada anunciada no fim do dia.
– Tínhamos tratativas em andamento – disse.
Braga disse, ainda, que procurará Blairo Maggi para uma conversa. Segundo ele, o líder do PR “não deixou portas fechadas” para uma retomada das negociações sobre um eventual espaço do partido na Esplanada dos Ministérios. Essa é a maior reclamação da bancada rebelada. Maggi lembrou hoje que o PR conversou por nove meses com o governo, depois de perder o Ministério dos Transportes, sem qualquer retorno.
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Tido por adversários como uma pessoa autoritária, o novo líder do governo deixou claro que sempre foi “firme e duro” em suas conversas. Entretanto, destacou que sabe ser humilde e pedir desculpas.
– Tenho consciência das minhas limitações, mas também sei dizer não.
Eduardo Braga disse que no exercício da função de líder pretende agir com total lealdade para com a presidenta Dilma Rousseff.
Sobre as relações entre o PMDB e o PT, os dois maiores partidos aliados do governo no Congresso, o parlamentar reconheceu que jamais haverá total alinhamento de posições. Ele comparou as relações partidárias com o relacionamento de marido e mulher, quando nem sempre ambos comungam do mesmo pensamento. Entre os peemdebistas, Braga disse que existe um movimento de pacificação interna em andamento.
– O PMDB tem grande responsabilidade no governo e na governabilidade. Somos governo, temos o cargo de vice-presidente ocupado por Michel Temer.
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